Cabo Verde obtém moratória de 36% da sua dívida junto dos credores externos
Praia, Cabo Verde (PANA) - As moratórias concedidas pelos credores vão permitir ao Estado cabo-verdiano gastar apenas 4.394 milhões de escudos (40 milhões de euros) com o serviço da dívida externa, em 2020, o que representa um corte de 36,1 por cento face à previsão inicial, apurou a PANA de fonte oficial.
De acordo com um documento de suporte à proposta de Orçamento Retificativo para este ano, com esta alteração, a previsão do rácio do serviço da dívida (juros e amortizações) externa para 2020 passa dos 3,3 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), no documento orçamental em vigor, para 2,4 por cento do PIB projetado pelo Ministério das Finanças, após a revisão.
O documento precisa que só em amortização de dívida (excluindo juros), Cabo Verde previa para 2020 desembolsos a credores externos de mais de 4.645 milhões de escudos (42 milhões de euros), que após a moratória negociada pelo Governo passarão a ser de 2.640 milhões de escudos (23,8 milhões de euros).
O Governo estimava para 2020, no Orçamento em vigor, um PIB de 211.095 milhões de escudos (1.905 milhões de euros), mas a revisão orçamental aponta agora para 183.748 milhões de escudos (1.657 milhões de euros).
A proposta de Orçamento Retificativo para 2020 prevê um défice das contas públicas de 11,4 por cento e uma quebra do PIB de 6,8 por cento, face à previsão de crescimento económico de 5,5 por cento inscrita no Orçamento em vigor e do crescimento de 5,7 por cento verificado, em 2019.
A nova proposta orçamental, que deverá ser submetida à apreciação e votação no Parlamento, na segunda semana de julho, ascende a 75.084.978.510 escudos (679,1 milhões de euros), entre despesas e receitas, incluindo o endividamento, o que representa um aumento de 2,6 por cento na dotação inscrita no Orçamento ainda em vigor.
-0- PANA CS/IZ 03julho2020