Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde nega quarentena por suspeita de Ébola

Praia, Cabo Verde (PANA) – O Governo de Cabo Verde negou esta sexta-feira que qualquer cidadão, nacional ou estrangeiro, esteja em regime de quarentena no arquipélago, afirmando que "não existe rigorosamente nenhum caso” do vírus do Ébola suspeito ou confirmado no arquipélago, soube a PANA, na cidade da Praia, de fonte oficial.

O desmentido das autoridades cabo-verdianas surge após alguns médias terem noticiado que Cabo Verde tem 27 pessoas em quarentena devido ao vírus do Ébola depois de a ministra da Administração Interna, Marisa Morais, afirmar que um grupo de cidadãos que tinham estado, nos últimos 30 dias, nos países afetados pela epidemia estava a ser acompanhado como simples medida de prevenção.

O diretor nacional da Saúde, António Pedro Delgado, disse que houve uma interpretação errada das palavras da ministra de Administração Interna, esclarecendo que “quarentena” significaria um aumento do nível de alerta, já que se trata de um quadro em que há contactos de pessoas com o vírus do Ébola, e que teriam de ser isolados, o que ainda não aconteceu em Cabo Verde.

“Não existe rigorosamente nenhum caso de Ébola, suspeito ou confirmado, em Cabo Verde”, reiterou o Governo, acrescentando que “igualmente não existe nenhum caso de cidadão, nacional ou estrangeiro, colocado em regime de quarentena”.

Segundo um comunicado do Executivo, “tão-somente, as pessoas provenientes de algum dos países afetados pela epidemia de Ébola têm sido sujeitas a seguimento pelas autoridades sanitárias”.

Esse seguimento, acrescenta, tem vindo a ser feito no quadro de medidas de prevenção e controlo normais em situações do tipo e que estão em perfeita sintonia com as normas e as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) na matéria.

“Aliás, é o que os demais países têm feito, normalmente e sem nenhum alarido”, acrescenta o comunicado.

O Governo aproveita ainda para apelar no sentido de “haver cada vez maiores provas de serenidade e contenção” no tratamento de questões relativas a esta epidemia, “considerando o potencial de prejuízo que pode decorrer, para as pessoas individualmente e para os países, de qualquer dado avançado neste contexto de enorme e justificada preocupação por parte de todos, ou seja, à escala global”.

Quinta-feira, a ministra cabo-verdiana da Administração Interna, Marisa Morais, anunciou que Cabo Verde vai autorizar, por razões humanitárias, de emergência médica, económicas ou outras de relevante interesse público, a entrada no seu território de pessoas que transitaram por países afetados pela epidemia do Ébola.

Marisa Morais disse que esta decisão do Governo é um aditamento à medida, que entrou em vigor no arquipélago a 01 de setembro corrente, de proibir a entrada no país de cidadãos estrangeiros que tenham transitado ou oriundos dos cinco países da África Ocidental afetados pela epidemia (Guiné Conakry, Libéria, Nigéria, Serra Leoa e Senegal).

A ministra da Administração Interna precisou que as entradas no território nacional das pessoas que se enquadram no perfil agora defino serão autorizadas mediante despacho do primeiro-ministro José Maria Neves.

A epidemia do vírus do Ébola fez até agora mais de dois mil mortos nos cinco países afetados da África Ocidental, segundo o último balanço da OMS publicado esta sexta-feira.

-0- PANA CS/TON 05set2014