Cabo Verde nega lidar com Reino Unido para acolher imigrantes africanos
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde nega ter tido contacto com o Reino Unido no sentido de acolher imigrantes ilegais que este último pretende deportar nos próximo tempos, apurou a PANA de fonte segura.
Num curto comunicado, publicado terça-feira última, 16 de abril de 2024, o Ministério cabo-verdiano dos Negócios Estrangeiros frisou garante que o assunto nunca foi abordado e que o Governo cabo-vediano “não aceita encetar qualquer negociação neste sentido.”
A notícia de que Cabo Verde estaria na lista de países selecionados pelo Governo britânico para tentar um acordo nesse domínio foi avançada segunda-feira última, 15 de abril de 2024, pelor The Times (jornal britânico) e pela BBC (cadeia televisiva do mesmo país), tendo sido retomada pela Radio France International (RFI) e por órgãos de comunicação cabo-verdianos.
De acordo com estes órgãos de imprensa internacional, Angola e Cabo Verde estariam numa lista de países que o Governo britânico admite abordar para acolherem imigrantes ilegais do Reino Unido, como já o faz com o Rwanda.
Segundo o The Times, o Governo com sede em Londres está atualmente a negociar com a Cote d’Ivoire, Botswana, Costa Rica e Arménia como alternativa ao Rwanda que aceitou receber centenas de requerentes de asilo nos próximos cinco anos em troca de cerca de 400.000.000 libras esterlinas (quase 500.000.000 euros).
Isto porque o Rwanda, apesar de aparecer como um dos países mais estáveis de África, é visto por vários grupos defensores dos direitos humanos como um país cujo Presidente, Paul Kagame, governa num clima de medo, sufocando a dissidência e a liberdade de expressão.
Por isso, referiram o The Times e a BBC, o Governo britânico estaria também a explorar outras opções, e Cabo Verde, assim como Angola, estão nesta lista, juntamente com Senegal, Tanzânia, Togo e Serra Leoa.
Oficialmente, o Governo britânico não adiantou nenhuma informação a respeito.
Falta de meios e de estruturas locais, escassas relações diplomáticas e uma potencial oposição da opinião pública são alguns obstáculos identificados para o efeito.
A Guiné-Bissau foi rejeitada devido à instabilidade política, ao passo que Marrocos, Tunísia, Namíbia e Gâmbia terão rejeitado explicitamente negociações sobre esta matéria.
-0- PANA CS/DD 17abril2024