Cabo Verde não vai ficar sem voos domésticos, diz Governo
Praia, Cabo Verde (PANA) – O primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, garantiu, sexta-feira, na cidade da Praia, que, em nenhuma circunstância, o Governo irá deixar que Cabo Verde tenha problemas com voos, particularmente entre as suas ilhas, apurou a PANA de fonte segura.
Ulisses Correia e Silva deu esta garantia, em declarações à imprensa, após interpelado sobre Transportes Interilhas de Cabo Verde (TICV), relativamente à ausência de voos para o mês de maio próximo devido à situação financeira da companhia causada pela situação da pandemia da covid-19.
“Os voos domésticos são fundamentais para a unificação do mercado nacional, a circulação e mobilidade das pessoas. A companhia tem de assegurar os voos”, afirmou o chefe do Governo cabo-verdiano.
Questionado sobre apoios financeiros do Governo à empresa TICV, para assegurar os voos, Correia e Silva disse que deve ser indigitado, nos próximos dias, pelo Presidente da Republica (Jorge Carlos Fonseca) para formar um novo Governo na sequencia da vitoria do seu partido, MpD, nas legislativas de domingo último,.
Declarou não ter recebido, até ao momento, por parte da empresa, nenhum pedido de apoio.
“O que tem de se assegurar é que os voos têm de ser mantidos e garantidos”, reforçou.
Quarta-feira última, o diretor-geral da TICV , Luis Quinta, comunicou aos trabalhadores que a empresa se encontra ainda sem voos à venda para o mês de maio próximo, apontando como causa a pandemia da covid-19.
Explicou o cenário da empresa em carta enviada ao coletivo da TICV, sublinhando que decorrem conversações entre acionistas da empresa e o Governo para resolver a situação, que “passará por um conjunto de soluções a acordar” entre as partes.
“Temos que lembrar que já vai para mais de um ano que todos fomos afetados por esta pandemia e nunca recebemos um único apoio. Isto, aliado à quebra de passageiros, não é sustentável para nenhuma companhia, como é óbvio, daí precisarmos de apoios financeiros e outros”, lê-se na carta.
Luís Quinta vai mais longe ao afirmar que “vários Estados estão a apoiar o setor”, pois, com “muitas raras exceções, ninguém irá aguentar os dois ou três anos de crise que se prevêem. "
“Estamos todos a trabalhar nisso, infelizmente em velocidades diferentes, mas de todas as formas, creio que, no início da próxima semana, já estará ultrapassada a situação”, asseverou o diretor-geral da TICV, que exorta os trabalhadores a continuarem a “trabalhar bem, como sempre.”
A TICV, companhia aérea que assegura, em regime de exclusividade, ligações aéreas domésticas no arquipélago, também esteve na iminência de suspender os voos do mês de abril corrente, devido a um diferendo com a Agência da Aeronáutica Civil (AAC), “parcialmente ultrapassado” com a intervenção do Governo.
-0- PANA CS/DD 23abril2021