Cabo Verde não exige testes de covid-19 na reabertura das ligações aéreas, diz Governo
Praia, Cabo Verde (PANA) – Cabo Verde não vai exigir testes de despistagem de covid-19 (coronavírus) nas ligações aéreas (domésticas) que serão reabertas em finais de junho corrente e no início de julho próximo nas internacionais), declarou o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva.
Em entrevista quarta-feira à uma rádio local, Ulisses Correia e Silva disse que o Governo justifica a decisão pela complexidade de um sistema de testagem obrigatória, antes das viagens, e sustenta a opção nas recomendações das autoridades internacionais de aviação civil que desaconselham tal pratica.
“Há um conjunto de procedimentos, de custos operacionais, relacionados com as viagens que tornavam o processo extremamente complicado”, disse o chefe do Governo.
Explicou que, para fazer uma viagem inter-ilhas (domestica), um passageiro teria que fazer um teste 72 horas antes.
“Passado este período, este teste perde validade. Obrigaria a montar um sistema de logística extremamente complicado, em todas as ilhas e em todos os concelhos”, acrescentou.
Segundo o primeiro-ministro cabo-verdiano, o mesmo princípio da dispensa de testes será aplicado nas ligações internacionais, sublinhando que a aposta vai no sentido de reforçar a vigilância epidemiológica e a deteção precoce de casos.
“Temos que recorrer a outros instrumentos. Primeiro, partindo do princípio de que os países com os quais vamos começar os voos estão em nível de risco mais baixo”, anotou Ulisses Correia e Silva, destacando que isto, de certa forma, é uma garantia.
“A aplicação de protocolos internacionais sanitários, fazer a vigilância epidemiológica, caso haja a deteção de situações, fazer o devido isolamento e tratamento, caso se justifique. O importante é que o país esteja preparado para a eventualidade de casos que apareçam, e que consiga atuar com eficácia e evitar a propagação”, precisou.
Ulisses Correia e Silva assegura que também não será imposta a necessidade do cumprimento de quarentena a quem chegue ao país.
O chefe do Gverno recorda, a proposito, que fora do estado de emergência, não se pode decretar quarentena obrigatória e que as quarentenas que ocorreram na sequência de voos de repatriamento foram determinadas à luz de um quadro específico.
“Não vamos associar a reabertura dos voos internacionais à quarentena, isto por motivos óbvios. Uma coisa é um Cabo-verdiano que foi apanhado por causa da interdição dos voos, e que queira regressar e regressa nas condições que temos atualmente e faz a quarentena, porque vive aqui em Cabo Verde. Outra coisa é uma pessoa que venha de um país estrangeiro, venha visitar ou fazer um trabalho e seja obrigado a passar 14 dias em quarentena. Esta é uma impossibilidade”, assegurou.
Ao nível interno, os Transportes Aéreos Interilhas (TICV) anunciaram, segunda-feira última, retomar voos domésticos a partir do dia 30 de junho corrente, interrompidos em março último, na sequencia da declaração do primeiro estado de emergência para evitar o avanço da pandemia do novo coronavírus (covid-19) em Cabo Verde.
No que diz respeito às ligações aéreas internacionais, proibidas desde 19 de março último, a transportadora Cabo Verde Airlines (CVA) prevê retomar as ligações aéreas a 01 de julho próximo, com um voo para Paris (França), após mais de 100 dias de paralisação total.
Entretanto, o Governo já anunciou que Cabo Verde reabre em julho próximo, como “destino turístico”, voltando a receber visitantes estrangeiros, e com todos os operadores do circuito obrigados a um selo de segurança sanitária.
-0- PANA CS/DD 18junho 2020