Cabo Verde “muito preocupado” com conflito militar na Ucrânia
Praia, Cabo Verde (PANA) – O Presidente de Cabo Verde, José Maria Neves, disse, quinta-feira, estar "muito preocupado" com o conflito militar desencadeado pela entrada das tropas russas na Ucrânia, com "consequências incalculáveis para a Humanidade."
"O mundo, altamente devastado pela pandemia da covid-19, arcará doravante com os custos económicos e sociais, ainda difíceis de medir, mas com certeza catastróficos, de uma guerra sem sentido", escreveu o chefe de Estado cabo-verdiano, na sua conta oficial do Facebook.
"Cabo Verde tem defendido sempre, em todas as circunstâncias, o diálogo, a paz e a solução negociada dos conflitos. Mesmo, em momentos difíceis e complexos como este, continuamos a apelar para que se dê chance à liberdade e à paz", aconselhou.
Por sua vez, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, condenou, no Parlamento, a "intervenção militar" da Rússia na Ucrânia, afirmando que a mesma ameaça a segurança global, e pedindo uma solução por via diplomática.
"A intervenção coloca "em elevado risco a paz e a segurança globais, ato que Cabo Verde condena, apelando à procura de soluções por via diplomática e de diálogo", alertou.
Também o Governo de Cabo Verde condenou “inequivocamente” o recurso à ameaça e ao uso da força nas relações entre Estados, defendendo o respeito pelos valores e pelo direito internacional, plasmados na Carta das Nações Unidas.
Esta posição foi publicada através de um comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, que destacou que se está perante um cenário que representa o maior desafio e ameaça global à paz e segurança internacionais.
A seu, isto põe em causa a segurança e o bem-estar de populações civis, podendo despoletar consequências políticas, económicas e sociais não apenas no leste europeu como também no resto do mundo.
“Nesta base, o Governo de Cabo Verde entende que não se devem poupar esforços com vista a um cessar-fogo imediato e que se deve buscar uma saída diplomática através do retorno ao diálogo e negociações para a resolução do conflito. A aplicação das disposições dos Acordos de Minsk, em conformidade com a Resolução 2202 (2015) do Conselho de Segurança (Nações Unidas), pelas partes revela-se fundamental para o efeito”, lê-se no comunicado.
Entretanto, Cabo Verde já criou um grupo de trabalho constituído por representantes do Presidente da República, do Ministério dos Negócios Estrangeiros, do gabinete do primeiro-ministro e d gabinete da ministra do Estado e da Defesa Nacional para monitorar e seguir de perto a situação na Ucrânia, segundo a mesma fonte.
-0- PANA CS/DD 24fev2022