Cabo Verde mobiliza 1,5 milhão de euros para criar centros de atendimento de imigrantes
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo cabo-verdiano já mobilizar junto de Portugal e da União Europeia (UE) um financiamento de 1,5 milhão de euros para criar centros de atendimento locais dos imigrantes, anunciou quarta-feira o ministro de Estado, da Família, Inclusão e Desenvolvimento Social, Fernando Elísio Freire.
Fernando Elísio Freire avançou que o Governo conseguiu introduzir a questão da imigração na Comissão Mista com Portugal e o que foi aceite, tendo agora iniciado um processo com o Alto Comissariado das Migrações deste país, envolvendo a Alta Autoridade da Migração cabo-verdiana e a UE.
Segundo o ministro, o valor 1,5 milhão de euros vai servir para criar centros de atendimento locais para os imigrantes que procuram o arquipélago para viver.
"Será uma porta de entrada única na sua relação com a administração pública, terá acesso aos serviços de fronteira, ao Instituto do Emprego e Formação Profissional, ao cadastro", explicou Elísio Freire.
Acrescentou que, numa fase inicial, esses centros vão ser criados nas principais cidades do país, nomeadamente Praia, Mindelo, Sal, Santa Catarina de Santiago e Boa Vista, por serem os com maior número de imigrantes.
Garantiu que o objetivo é, nos próximos anos, alargar esses centros aos 22 municípios do país.
Ainda de acordo com o governante, o financiamento vai permitir ao país melhorar os instrumentos e procedimentos operacionais relativos à integração dos imigrantes em Cabo Verde.
"Nós iremos tudo fazer para que, de uma forma rápida e assertiva, melhoremos a relação da administração pública com os imigrantes", prometeu, considerando que é um "projeto extremamente importante", que vai permitir ainda capacitar e formar os imigrantes.
Cabo Verde vai ainda criar o Observatório das Migrações, anunciou Fernando Elísio Freire, entendendo que será uma "grande conquista" do país, que demonstra o esforço para a integração dos estrangeiros.
O Governo abriu um novo período de regularização extraordinária de imigrantes da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), e os pedidos podem ser feitos, a partir de 15 de janeiro de 2022 e até 15 de junho do mesmo ano.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), Cabo Verde tinha em 2018 cerca de 18 mil imigrantes legalizados, correspondentes a cerca de três por cento da população total, na sua maioria africanos.
-0- PANA CS/IZ 16dez2021