Cabo Verde liga-se ao cabo submarino de fibra ótica de última geração
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde passou a estar ligado, a partir de segunda-feira, 06 de junho de 2022, ao cabo submarino de fibra ótica de última geração, EllaLink, apurou a PANA de fonte segura.
EllaLink, que interliga ainda a Europa à América Latina, permite ao arquipélago cabo-verdiano multiplicar por 10 a atual capacidade de tráfego de dados, segundo a mesma fonte.
O sistema EllaLink consiste num cabo submarino atlântico, projetado para atender à demanda de tráfego entre a Europa e a América Latina, com possibilidade de inclusão do tráfego da região da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a partir de Cabo Verde.
O projeto é considerado pela empresa de telecomunicações como de "grande importância para o desenvolvimento das comunicações em Cabo Verde, porque representa um leque muito valioso de oportunidades em matéria de conetividade, mobilidade e integração."
O cabo submarino EllaLink, com ligações em terra em Portugal continental (Sines), Marrocos, Madeira (Portugal), Cabo Verde e Brasil (Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro), tem quatro pares de fibra ótica de última geração e terá uma capacidade de pelo menos 10 vezes superior à única ligação submarina que serve o país.
Contudo, a capacidade prevista do Ellalink, de 12,6 terabits de dados por segundo, a entregar à CVT (Cabo Verde Telecom), com uma redução da latência atual em cerca de 40 por cento e que, pela primeira vez, permitirá ao arquipélago ligações independentes e diretas para a América Latina e para a Europa, poderá ser ampliada mais tarde até 70 terabits por segundo.
A ligação do EllaLink a Cabo Verde está orçada em 30 milhões de dólares (28 milhões de euros), com um financiamento do Banco Europeu de Investimento (BEI) no montante de 25 milhões de dólares, com o aval do Governo de Cabo Verde, incluindo cinco milhões de dólares para a construção da estação de ligação, em curso, na Praia.
No evento oficial de ligação ao EllaLink, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, afirmou que o ato "marca, de facto, uma nova era das telecomunicações e da Internet em Cabo Verde."
Sublinhou a importância deste investimento para posicionar o arquipélago como um hub (plataforma) tecnológico "relevante" em África e no Atlântico médio.
De acordo com Ulisses Correia e Silva, a economia digital já representa seis por cento do Produto Interno Bruto (PIB) cabo-verdiano, mas a meta é "subir para pelo menos 25 por cento", dando como exemplo a possibilidade de Cabo Verde atrair empresas tecnológicas e nómadas digitais para trabalharem a partir do arquipélago, face ao aumento da capacidade de tráfego possibilitado pelo novo cabo submarino de fibra ótica, que será ainda rentabilizado pela conclusão, em curso, da ligação submarina Share Cable, entre as cidades da Praia e Dakar, no Senegal.
"Está praticamente finalizado e entrará brevemente em funcionamento, permitindo melhorar consideravelmente a largura da banda larga total para a exportação por Cabo Verde para o Senegal e países da África Ocidental", assumiu o chefe do Governo.
Ao intervir no evento, o vice-presidente do Banco Europeu de Investimento (BEI) BEI, Ricardo Mourinho Félix, sublinhou tratar-se de um projeto que é um "símbolo", também, da relação da União Europeia com Cabo Verde.
"Cabo Verde fica a partir de hoje um pouco mais perto. Mais perto não apenas de Portugal, do Luxemburgo ou do Bruxelas, da Europa, mas mais perto do mundo. E o mundo que conhecemos hoje é um mundo digital", afirmou.
-0- PANA CS/DD 07junho2022