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Cabo Verde injeta anualmente 9,1 milhões de euros na recuperação da TACV

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo de Cabo Verde anunciou, sexta-feira, que o Estado cabo-verdiano vai injetar anualmente mil milhões de escudos (9,1 milhões de euros), até 2024, para garantir a estabilidade e recuperação da companhia aérea TACV, apurou a PANA de fonte segura.

Em declarações à imprensa de balanço da reunião do Conselho de Ministros realizada no dia anterior, na qual foi aprovada a proposta de resolução que autoriza o acionista Estado a "colocar à disposição" da TACV "recursos financeiros para garantir a estabilidade da empresa". .

o ministro do Turismo e Transportes, Carlos Santos, afirmou 2024, é a previsão para ter "a companhia apetecível para poder ser privatizada", anunciou.

Segundo ele, a previsão do Governo é privatizar a TACV, renacionalizada em julho de 2021 no âmbito das consequências e restrições provocadas pela pandemia de covid-19, após três anos de apoio, sendo que parte da verba de 9,1 milhões de euros prevista para este ano que, de acordo com o ministro, já foi utilizada, nomeadamente para pagar salários na companhia.

Carlos Santos explicou que  o Governo pretende fazer este investimento na TACV,  por entender que esta empresa constitui  uma peça importante e estratégica para o desenvolvimento do País.

“Somos um País com uma diáspora distribuída pelos quatro cantos do mundo, e agora depois desta pandemia demos conta que não tendo uma companhia ficamos muito mais vulneráveis com companhias a praticar preços exorbitantes”, reconheceu, adiantando que o Governo quer trazer uma segunda aeronave ao País.

“Nos próximos meses queremos trazer uma segunda aeronave, porque como todos devem imaginar não é com um único aeronave que a empresa vai conseguir levantar voo de forma consistente, mas também não é só com o mercado cabo-verdiano que nós vamos viabilizar a TACV”, fundamentou.

Isto também, segundo o governante, está alinhada com a política do turismo que é a diversificação do setor, da oferta, e para isto, defendeu que deve haver uma companhia que olhe para o transporte dos turistas.

“E por tudo isto nós queremos repegar esta companhia, estabilizá-la, para quando, assim que houver as águas calmas em Cabo Verde e no mundo inteiro conseguirmos ter a possibilidade de reprivatizar esta companhia e continuar ao serviço do País”, perspetivou.

Para Carlos Santos, com esta decisão, o Governo estará a criar um quadro previsível para todos os parceiros da TACV, sejam eles clientes, fornecedores, ou próprios acionistas, mas também para a própria banca que é o credor.

“Por isso que há essa necessidade também de uma parceria clara, forte entre os trabalhadores, os acionistas, os credores, os fornecedores e clientes, para que possamos levantar a empresa e por a empresa a voar de forma consistente”, declarou.

“Em 2016, como sabem, o Governo salvou a TACV da falência que já estava pré-anunciada tendo definido um quadro de reestruturação. Em 2021, após negociações com o parceiro Icelandair e tendo em conta a situação provocada pela pandemia da covid-19 o Governo decidiu novamente salvar a empresa”, lembrou.

0 – PANA – CS/MAR 24setembro2022