Cabo Verde inicia vacinação contra vírus do papiloma humano
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde iniciou, esta semana, uma campanha de vacinação contra o Vírus do Papiloma Humano (HPV), que numa primeira fase vai abranger 4.900 meninas de 10 anos de idade, apurou a PANA quarta-feira de fonte oficial.
Em comunicado, o Ministério da Saúde explica que decidiu introduzir a vacina contra o HPV, para baixar a taxa de morbi-mortalidade por cancro do colo do útero no país, e “tendo em conta o custo-efetividade e custo-benefício, embora os resultados possam ser visíveis a longo prazo após o início da vacinação".
A nota acrescenta que, mais tarde, prevê-se o alargamento da vacinação contra o HPV, em termos de faixa etária, para abranger também as meninas até aos 13 anos.
"É uma vacina segura que já foi administrada em vários países do mundo e de acordo com estudos científicos, ainda não foram comprovados efeitos secundários graves relacionados.
"Mas sabe-se que pode causar manifestações leves como dor no local da injeção, ligeira inflamação e vermelhão", alertou o diretor nacional da Saúde, Jorge Noel Barreto.
A vacina que vai ser administrada é a Cervarix Bivalente que protege contra os tipos 16 e 18 do HPV, responsável por mais de 70 de por cento dos cancros de colo de útero no Mundo.
A vacina será administrada no braço esquerdo e deve ser em duas doses, com intervalo entre a primeira e a segunda dose de no mínimo seis meses, ainda segundo o Ministério da Saúde.
Desde segunda-feira que os pais e encarregados de educação podem levar as meninas com 10 anos aos centros de saúde, para os serviços de vacinação de crianças, durante o horário normal de expedientes, para receber a vacina contra o HPV ou fazer o agendamento.
A introdução da vacina contra o HPV é financiada pelo Governo de Cabo Verde, com o apoio de parceiros de internacionais, estando orçada em 130 mil dólares americanos (108 mil euros).
O Vírus do Papiloma Humano (HPV) é transmitido por contacto sexual e, para a sua prevenção, foram desenvolvidas e homologadas pela OMS três vacinas eficazes, que permitem a prevenção das lesões pré-cancerosas.
Caso não forem tratadas, essas lesões podem progredir para o cancro do colo do útero, vulvovaginal, bem como as verrugas anogenitais nas mulheres e nos homens.
Apesar de o cancro do colo do útero ser atualmente prevenível e tratável, cerca de 300 mil mulheres morrem por ano, e mais de 85 por cento dessas mortes ocorrem em países de renda média e baixa, fundamentalmente nas regiões menos desenvolvidas.
-0- PANA CS/IZ 18ago2021