Cabo Verde gasta € 345 mil em equipamentos contra coronavírus
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo de Cabo Verde autorizou a compra urgente, através de ajuste direto, de equipamentos médicos por 38,1 milhões de escudos (345 mil euros), no âmbito do Plano de Emergência de Luta contra a Epidemia de Coronavírus, aprovado, na semana passada, apurou a PANA, segunda-feira, na cidade da Praia.
O despacho do primeiro-ministro que autoriza as despesas com o contrato de “equipamentos de saúde”, considera “necessário acautelar que os estabelecimentos de saúde tenham, urgentemente, todos os equipamentos indispensáveis para a prevenção e o tratamento da epidemia de coronavírus, se porventura vier a verificar-se algum caso suspeito ou confirmado”.
A autorização agora concedida visa, entre outras aquisições, a compra de aparelhos ventiladores pulmonares, aparelhos de radiografia portátil, carro de emergência, camas e macas, termómetros, estetoscópios e monitores de sinais vitais.
O Governo cabo-verdiano autorizou, em fevereiro passado, a “transferência de verbas entre departamentos governamentais” no valor de 76.852.814 escudos (697 mil euros), para financiar o Plano de Emergência de Luta contra a Epidemia de Coronavírus.
Para o efeito, foram cortadas verbas nos vários ministérios, previstas no Orçamento do Estado para 2020, essencialmente nas rubricas de “deslocação e estadas” de membros do Executivo.
Foram atribuídos 13.124.814 escudos (119 mil euros) para despesas com pessoal médico, 25.575.000 escudos (233 mil euros) para aquisições de bens e serviços clínicos, e 38.153.000 escudos (345 mil euros) para compra de máquinas e equipamento clínico.
A medida é justificada pelo facto de Cabo Verde, face às ligações aéreas que mantém com os países mais afetados pelo surto de coronavírus, ver aumentar o risco sanitário para uma eventual introdução, no país, desta doença, uma epidemia altamente transmissível e sem tratamento antiviral específico.
Preventivamente, o Governo cabo-verdiano já suspendeu também todas as ligações aéreas com a Itália, destino emissor de 30.000 turistas anuais para o arquipélago, por um prazo de três semanas, até 20 de março, mas que pode ser prorrogado.
“A ideia é retardar ao máximo possível a chegada do coronavírus ao país”, afirmou, sexta-feira, o primeiro-ministro sobre o plano de emergência que foi ativado pelo Governo.
Ele admitiu que “não é possível fechar as fronteiras do Mundo”, pelo que, acrescentou, “até que o controlo seja efetivo, temos de estar preparados, sem dramatizar e criar alarmes oportunistas para tirar proveitos de situações que atingem a globalidade do Mundo”.
Cabo Verde ainda não registou nenhum caso suspeito da epidemia de Covid-19 provocada por um novo coronavírus, que teve origem na China, em dezembro de 2019, e já infetou mais de 86 mil pessoas em 53 países de cinco continentes, das quais já morreram cerca de três mil.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou o surto de Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e aumentou o risco para “muito elevado”.
-0- PANA CS/IZ 02março2020