Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde finaliza plano para aumentar sua resiliência ambiental

Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo de Cabo Verde já tem, na fase final de elaboração, um Plano Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (NAP-CV), para ser implementado no horizonte 2022-2026, com foco no aumento da resiliência do arquipélago face às mudanças do meio ambiente, apurou a PANA, na cidade da Praia, de fonte segura.

Financiado pelo Luxemburgo com 30.000.000 euros, o NAP-CV foi socializado terça-feira, 15 de junho de 2021, na cidade da Praia, para a recolha de subsídios, e espera-se que esteja pronto até ao final de Junho corrente, para se criar condições para a sua implementação em 2022.

De acordo com o ministro cabo-verdiano da Agricultura e Ambiente, Gilberto Silva, o momento da elaboração do NAP-CV afigura-se “mais do que oportuno”, uma vez que, frisou, o país não pode adiar este plano, tendo em conta, por um lado,  a agenda mundial e, por outro, os compromissos assumidos no quadro concertado das nações.

Apesar de reconhecer que o momento é “oportuno” para o efeito, Gilberto Silva advertiu que a conjuntura atual é “muito difícil”, face ao impacto da pandemia da covid-19 nas esferas sanitária, económica e social, que “ampliaram as vulnerabilidades do país.”

O governante destacou que o cenário climático futuro “não é encorajador”, pelo que, acrescentou, países vulneráveis como Cabo Verde devem intensificar ações ambientais.  

O aumento da frequência das secas e a deterioração das águas subterrâneas, a degradação da orla costeira e dos solos, bem como a perda da biodiversidade são alguns dos problemas ambientais elencados pelo ministro, pelo que pediu o aceleramento de ações ambientais no combate às alterações climáticas. 

Conforme o diretor nacional do Ambiente, Alexandre Nevesky, o NAP-CV) vai provocar uma “mudança estrutural”  na forma como o país é planificado, uma vez que, disse, as ações previstas estão voltadas para o reforço da planificação e integração de questões ligadas às alterações climáticas, nos planos setoriais, municipais e no orçamento de Estado.

Por sua vez, o encarregado de Negócios da Embaixada do Luxemburgo na cidade da  Praia, Thomas Barbancey,  ressaltou o plano como "um instrumento que poderá aumentar as capacidade de Cabo Verde face a futuros choques climáticos que, com o tempo, deverão tornar-se mais intensos e frequentes.

“É por este motivo que o Luxemburgo inclui a ação climática como uma prioridade da sua cooperação (com Cabo Verde)”, admitiu Thomas Barbancey, para quem, desta forma, o seu país está a contribuir para aumentar a capacidade e resiliência do arquipélago.

-0- PANA CS/DD 16junho2021