Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde exige regresso da "normalidade institucional" na Guiné-Bissau

Praia- Cabo Verde (PANA) -- O Governo de Cabo Verde exigiu o regresso imediato da "normalidade institucional" na Guiné-Bissau, e expressou a sua firme condenação face à tentativa dos militares de porem em causa a ordem constitucional neste país, apurou a PANA na cidade da Praia de fonte oficial.
"Condenamos fortemente as recentes acções desencadeadas pelas forças militares na Guiné-Bissau, porque colocam em risco o processo de estabilização que estava a ser levado a cabo com forte apoio da comunidade internacional", declarou quinta-feira a ministra da Presidência do Conselho de Ministros e porta-voz do Governo, Hopffer Almada.
A governante cabo-verdiana expressou também "o firme apoio de Cabo Verde" às autoridades da Guiné-Bissau "legalmente instituídas".
"Apelamos às forças armadas, ao Governo e à sociedade civil para o retorno imediato à normalidade institucional", sublinhou a ministra da presidência do Conselho de Ministros, precisando que "o Executivo cabo-verdiano está a acompanhar atentamente a situação que se vive na Guiné-Bissau".
Janira Hopfer Almada disse ainda que o Ministério dos Negócios Estrangeiros do arquipélago está a desenvolver contactos para se certificar de que não haverá "nenhuma consequência negativa" das movimentações ocorridas na manhã de quinta-feira, nomeadamente, para os Cabo-verdianos residentes na Guiné-Bissau.
Por sua vez, a assessoria de imprensa da Presidência da República de Cabo Verde fez saber que o chefe de Estado cabo-verdiano, Pedro Pires, está a acompanhar atentamente a situação na Guiné-Bissau.
Militares revoltosos detiveram quinta-feira o primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, e o chefe do Estado-Maior-General (CEMG) das Forças Armadas da Guiné- Bissau, Zamora Induta, por motivos ainda não totalmente esclarecidos.
A detenção das duas personalidades fez-se acompanhar da "libertação" do antigo chefe do Estado-Maior da Marinha, contra-almirante Américo Bubo Na Tchuto, que se encontrava refugiado nas instalações das Nações Unidas em Bissau, depois do seu exílio na vizinha Gâmbia na sequência de acusaões de tentativa de golpe de Estado em 2008.
O primeiro-ministro foi mais tarde libertado e conduzido à sua casa vigiada pelos militares, enquanto Zamora Induta continua detido na base aérea de Bissau.
Após a detenção de Zamora Induta, os revoltosos impuseram o seu adjunto, António Indjai, para assumir interinamente a chefia do Estado-Maior-General das Forças Armadas.