Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde exemplo para África

Praia- Cabo Verde (PANA) -- A República de Cabo Verde, que assinala esta segunda-feira o 35º aniversário da independência que pôs fim a mais de 500 anos de domínio de Portugal, granjeou o respeito da comunidade internacional como um exemplo de democracia, de transparência e de boa governação em África.
Os progressos alcançados por Cabo Verde no período pós-independência são reconhecidos, unanimemente, pelos seus parceiros bilaterais e multilaterais como um exemplo, infelizmente raro, de boa utilização da ajuda pública num país do continente africano.
Para um país que na altura da autonomia política em relação à potência colonizadora (Portugal), era considerado inviável por instituições internacionais como o Banco Mundial, o percurso feito por Cabo Verde a partir de 5 de Julho de 1975 é considerado "notável" pela generalidade dos observadores.
Basta reparar, por exemplo, que Cabo Verde actualmente tem um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de cerca de 0,717 por cento, acima da média do grupo de 86 países do mundo com um nível médio de desenvolvimento (0,695).
A boa aplicação das ajudas internacionais, aliada à estabilidade social, económica e política, contribuiu de forma decisiva para os níveis de desenvolvimento alcançado pelo arquipélago desde a independência.
Foi com base na circunstância de Cabo Verde já preencher dois dos três critérios exigidos para um País de Desenvolvimento Médio (PDM), nomeadamente IDH e o rendimento per capita (cerca de 3,7 mil dólares americanos) que as Nações Unidas decidiram, em Dezembro de 2004, retirar o arquipélago do grupo de Países Menos Avançado, ao qual pertencia desde 1977.
No entanto, no que se refere ao terceiro critério, o índice de vulnerabilidade económica, o arquipélago não conseguiu ainda alcançar os exemplar do regime de partido único, que vigorou durante os primeiros anos da independência (1975-1990), para a abertura ao multipartidarismo, concretizada em Janeiro de 1991 com as primeiras eleições pluralistas.
Desde então, a sociedade cabo-verdiana vem consolidando o seu sistema democrático multipartidário que tem também permitido a realizações de eleições consideradas livres e transparentes para os diversos órgãos do poder do Estado, tanto a nível do poder central como do local.
A estabilidade política e social tem também permitido ao país modernizar-se e obter ganhos importantes com é o caso, por exemplo, da Parceria Especial com a União Europeia (UE) e da sua adesão à Organização Mundial do Comércio (OMC), para além de gozar do estatuto de Nação com boa governação, transparência, respeitadora dos direitos Humanos e das regras da democracia.