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Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde está a perder terreno para outros países de rendimento médio, diz BM
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde está a perder terreno relativamente a outros países de rendimento médio como as Maurícias e as Seicheles, revelaram quarta-feira técnicos do Banco Mundial (BM).
Uma missão de 12 técnicos do BM está em Cabo Verde para identificar os constrangimentos ao desenvolvimento e fazer o diagnóstico com vista à preparação do programa de apoio ao país nos próximos anos.
Entre os integrantes da missão, figuram Rohan Longmore e Rob Swinkles, que ressalvaram que o arquipélago continua, contudo, em lugar cimeiro do desenvolvimento quando comparado com a generalidade dos países africanos.
No seu diagnóstico sistemático sobre Cabo Verde, os dois técnicos precisaram que o país regista um abrandamento do crescimento desde a crise financeira de 2008, e que o crescimento alcançado (entre 1,5 e 3%) resultou sobretudo da acumulação de capital.
"O maior crescimento vem do setor público e o setor privado não tem um papel significativo", disse Rohan Longmore, acrescentando que a produtividade sofreu um declínio.
O técnico apresentou uma lista de constrangimentos ao investimento identificados, entre os quais a qualidade das infraestruturas, nomeadamente de transportes, comércio e logística em Cabo Verde, que está abaixo da de alguns países semelhantes.
O BM manifesta-se preocupado também com a dimensão e eficiência da administração pública que está a declinar, quando comparado com as ilhas Seicheles e as ilhas Maurícias, o que “é surpreendente atendendo aos restantes indicadores".
Os técnicos do BM apontaram ainda a insuficiência de dados para avaliar os impactos do desenvolvimento na redução da pobreza, que continuou a descer, mas mais nas zonas rurais do que nas urbanas.
"Depois de tantos anos a gastar dinheiro em programas sociais, não sabemos quão efetivos foram porque há muito poucos dados", disse por seu turno o técnico Rob Swinkles.
Ele destacando também o facto de o número de alunos no ensino secundário se manter abaixo da média de outros países de rendimento médio, como as ilhas Maurícias e as ilhas Seicheles.
"Há muitas desistências e a situação não está a melhorar. Temos que perceber porquê", disse.
O técnico do Banco Mundial assinalou também que a dívida pública disparou, situando-se acima dos 120 porcento, e está a impedir o país de se tornar "resiliente aos choques económicos".
A missão BM, que é liderada pela diretora dessa instituição para Cabo Verde, Louise Cord, vai cumprir um largo plano de trabalho com vista à análise sistemática do país.
Na quarta-feira, os técnicos do BM participaram num encontro promovido pelo Ministério das Finanças, que teve como objetivo colocar na mesma sala o setor privado, representantes da máquina pública, a academia e membros da sociedade civil.
Tiveram igualmente assento atores nacionais e parceiros, com vista à apresentação da melhor radiografia possível do país, “com os olhos postos no crescimento e na redução da pobreza”.
A missão pretende também avaliar os constrangimentos que impedem o progresso sustentável de Cabo Verde, priorizando a análise dessas restrições e as formas de debelá-los, o que constitui a base do programa do Banco Mundial, para o arquipélago.
Conforme o ministro cabo-verdiano das Finanças, Olavo Correia, a avaliação do Banco Mundial permitirá ter uma perspetiva sobre a situação do país, o caminho definido pelo Governo e os constrangimentos a remover para que Cabo Verde possa crescer ao nível pretendido e necessário.
Neste sentido, Olavo Correia considerou essencial o apoio do BM para ajudar Cabo Verde a melhorar o ambiente de negócio, garantir o acesso ao financiamento, unificar o mercado doméstico, garantir a ligação do país com o mundo e qualificar os recursos humanos.
O novo programa de apoio do BM já aprovado vai ser concebido através de empréstimos concessionais, de 82 milhões de euros, para ser aplicado nos próximos três anos.
O programa irá centrar-se no reforço da resiliência e da proteção social, na promoção de uma economia orientada para os serviços, na educação e na reestruturação de empresas públicas, nomeadamente a companhia aérea pública TACV.
-0- PANA CS/IZ 26out2017
Uma missão de 12 técnicos do BM está em Cabo Verde para identificar os constrangimentos ao desenvolvimento e fazer o diagnóstico com vista à preparação do programa de apoio ao país nos próximos anos.
Entre os integrantes da missão, figuram Rohan Longmore e Rob Swinkles, que ressalvaram que o arquipélago continua, contudo, em lugar cimeiro do desenvolvimento quando comparado com a generalidade dos países africanos.
No seu diagnóstico sistemático sobre Cabo Verde, os dois técnicos precisaram que o país regista um abrandamento do crescimento desde a crise financeira de 2008, e que o crescimento alcançado (entre 1,5 e 3%) resultou sobretudo da acumulação de capital.
"O maior crescimento vem do setor público e o setor privado não tem um papel significativo", disse Rohan Longmore, acrescentando que a produtividade sofreu um declínio.
O técnico apresentou uma lista de constrangimentos ao investimento identificados, entre os quais a qualidade das infraestruturas, nomeadamente de transportes, comércio e logística em Cabo Verde, que está abaixo da de alguns países semelhantes.
O BM manifesta-se preocupado também com a dimensão e eficiência da administração pública que está a declinar, quando comparado com as ilhas Seicheles e as ilhas Maurícias, o que “é surpreendente atendendo aos restantes indicadores".
Os técnicos do BM apontaram ainda a insuficiência de dados para avaliar os impactos do desenvolvimento na redução da pobreza, que continuou a descer, mas mais nas zonas rurais do que nas urbanas.
"Depois de tantos anos a gastar dinheiro em programas sociais, não sabemos quão efetivos foram porque há muito poucos dados", disse por seu turno o técnico Rob Swinkles.
Ele destacando também o facto de o número de alunos no ensino secundário se manter abaixo da média de outros países de rendimento médio, como as ilhas Maurícias e as ilhas Seicheles.
"Há muitas desistências e a situação não está a melhorar. Temos que perceber porquê", disse.
O técnico do Banco Mundial assinalou também que a dívida pública disparou, situando-se acima dos 120 porcento, e está a impedir o país de se tornar "resiliente aos choques económicos".
A missão BM, que é liderada pela diretora dessa instituição para Cabo Verde, Louise Cord, vai cumprir um largo plano de trabalho com vista à análise sistemática do país.
Na quarta-feira, os técnicos do BM participaram num encontro promovido pelo Ministério das Finanças, que teve como objetivo colocar na mesma sala o setor privado, representantes da máquina pública, a academia e membros da sociedade civil.
Tiveram igualmente assento atores nacionais e parceiros, com vista à apresentação da melhor radiografia possível do país, “com os olhos postos no crescimento e na redução da pobreza”.
A missão pretende também avaliar os constrangimentos que impedem o progresso sustentável de Cabo Verde, priorizando a análise dessas restrições e as formas de debelá-los, o que constitui a base do programa do Banco Mundial, para o arquipélago.
Conforme o ministro cabo-verdiano das Finanças, Olavo Correia, a avaliação do Banco Mundial permitirá ter uma perspetiva sobre a situação do país, o caminho definido pelo Governo e os constrangimentos a remover para que Cabo Verde possa crescer ao nível pretendido e necessário.
Neste sentido, Olavo Correia considerou essencial o apoio do BM para ajudar Cabo Verde a melhorar o ambiente de negócio, garantir o acesso ao financiamento, unificar o mercado doméstico, garantir a ligação do país com o mundo e qualificar os recursos humanos.
O novo programa de apoio do BM já aprovado vai ser concebido através de empréstimos concessionais, de 82 milhões de euros, para ser aplicado nos próximos três anos.
O programa irá centrar-se no reforço da resiliência e da proteção social, na promoção de uma economia orientada para os serviços, na educação e na reestruturação de empresas públicas, nomeadamente a companhia aérea pública TACV.
-0- PANA CS/IZ 26out2017