Cabo Verde entre países mais afetados por restrição às viagens
Praia, Cabo Verde (PANA) - A Associação Internacional de Transportes Aéreos (IATA) aponta Cabo Verde como estando entre os países africanos mais afetados pela restrição às viagens aplicada por todo o continente, devido a pandemia do Covid-19, apurou a PANA sexta-feira, na cidade da Praia.
A organização estima a perda por parte de Cabo Verde de 2,2 milhões de passageiros, traduzindo-se em pelo menos 200 milhões de dólares americanos de receitas diretas.
A suspensão prolongada dos voos coloca em risco 46 mil 700 empregos no arquipélago, acrescenta.
Estas informações da IATA surgem pouco depois da notícia dando conta de que a associação ordenou a suspensão da venda de bilhetes em nome da Cabo Verde Airlines (CVA), devido a incumprimentos dos compromissos assumidos pela transportadora área cabo-verdiana junto de terceiros.
A administração da CVA apontou a atual situação resultante da pandemia da covid-19 como a principal causa para a suspensão da transportadora aérea cabo-verdiana.
No entanto, os responsáveis da transportadora aérea cabo-verdiana garantem que estão a trabalhar com a IATA para resolver esta suspensão "o mais rápido possível", o que deve acontecer ainda antes de 01 de julho, data programada para a CVA retomar os voos suspensos desde março passado.
Num comunicado emitido, quinta-feira, a IATA estima que as companhias aéreas da região africana, perante as restrições impostas devido ao novo coronavírus, possam perder seis biliões de dólares americanos de receitas com passageiros face a 2019.
“São mais 2.000 milhões de dólares do que o esperado no início do mês”, referiu a IATA, apresentando estimativas para um cenário em que as restrições às viagens se prolonguem por três meses e que consagra um levantamento gradual das condicionantes.
A organização notou que os despedimentos na aviação, em África, podem alcançar os 3,1 milhões, metade dos 6,2 milhões de postos de trabalho relacionados com o setor, ultrapassando a estimativa anterior, que apontava para dois milhões de empregos perdidos.
Da mesma forma, a IATA prevê que o tráfego aéreo anual registe uma quebra de 51 por cento em relação a 2019, ao passo que o Produto Interno Bruto (PIB) da região deverá sofrer uma redução de 28 biliões de dólares americanos, face aos 56 biliões de dólares do ano anterior.
A lista dos países mais afetados integra ainda a África do Sul, Moçambique, a Nigéria, a Etiópia, o Quénia, a Tanzânia, as Maurícias, o Gana e o Senegal.
“Para minimizar o impacto nos postos de trabalho e na economia africana, é vital que os governos tomem medidas para apoiar a indústria”, salientou a IATA, que pediu “uma mistura de apoio financeiro direto, empréstimos e garantias e apoio ao mercado das obrigações e o alívio de impostos”.
A IATA diz haver várias reuniões previstas entre governos e membros do setor da aviação para “entender o que é necessário para reabrir as fronteiras” e para “alcançar soluções que possam ser operacionalizadas” de forma eficiente.
-0- PANA CS/IZ 25abril2020