PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde entre países em risco de crise de dívida pública
Praia, Cabo Vere (PANA) – Cabo Verde figura entre os países em risco de sofrerem uma crise de dívida pública ou privada, revelam dados da Campanha para o Jubileu da Dívida (CJD) divulgados segunda-feira, na capital britânica, Londres.
Nos seus dados, a CJD, uma Organização não Governamental (ONG) dedicada a “libertar os povos da dívida”, indica também que o número de países com crises de dívida subiu de 22 para 27 em 2016, e há mais 80 em risco de entrarem em crise.
Os resultados das Contas do Estado cabo-verdiano referentes ao último trimestre de 2016, apresentados em março passado pelo ministro das Finanças, Olavo Correia, mostram que a dívida pública de Cabo Verde aumentou de 200,013 biliões de escudos cabo-verdianos (CVE), ou 127,8 porcento do PIB, em 2015, para 210,726 biliões de escudos (128,6% do PIB) em 2016.
Nos quadros estatísticos apresentados na altura, a dívida da administração central, em 2016, atingiu os 210,726 biliões de CVE, representando 128,6 porcento do PIB (Produto Interno Bruto).
Deste total, a dívida externa é estimada em 158 bilões, 209 milhões e 700 mil CVE (96,5% do PIB), enquanto a dívida interna atinge os 52 biliões, 516 milhões e 300 mil CVE (32,0% do PIB).
Fazendo fé na mesma fonte, a dívida interna cabo-verdiana está assim estruturada em 96,6 porcento por Obrigações do Tesouro; 3,6 porcento por outros créditos e 0,0 porcento por Bilhetes do Tesouro.
A divida externa é, por seu turno, constituída exclusivamente por dívida de longo prazo, estruturada no período em referência, em termos de credor, em multilateral (46,9%), bilateral (22,6%) e comercial (30,5%).
Segundo a CJD, entre os países lusófonos que estão em risco de entrar em crise está também São Tomé e Príncipe, sendo que o Brasil arrisca uma crise de dívida privada, e Angola e Cabo Verde estão em risco de sofrerem uma crise de dívida pública ou privada.
“Há demasiados países em esforço por causa de níveis insustentáveis do serviço da dívida, e isso tem um custo para os serviços públicos e para o cumprimento das mais básicas necessidades humanas.
“Em vez de resolverem estes problemas, instituições como o Fundo Monetário Internacional perpetuam estes problemas porque emprestam mais dinheiro a países em crise, resgatando financeiramente credores irresponsáveis, enquanto as pessoas sofrem”, sentenciou o economista da CJD Tim Jones, citado no relatório.
Para este especialista, os credores “devem ser obrigados a reduzir a dívida”.
Os dados disponíveis na página da CJD mostram que “o mundo está mal preparado para uma nova vaga de crises da dívida”, sublinha o economista, apresentando duas razões.
Primeiro, “por causa do falhanço na criação de um processo justo e transparente de reestruturação da dívida para as dívidas públicas”, e depois porque “faltaram ações para fortalecer a regulação dos empréstimos bancários e os controlos nos movimentos financeiros transfronteiriços”.
-0- PANA/IZ CS/IZ maio2017
Nos seus dados, a CJD, uma Organização não Governamental (ONG) dedicada a “libertar os povos da dívida”, indica também que o número de países com crises de dívida subiu de 22 para 27 em 2016, e há mais 80 em risco de entrarem em crise.
Os resultados das Contas do Estado cabo-verdiano referentes ao último trimestre de 2016, apresentados em março passado pelo ministro das Finanças, Olavo Correia, mostram que a dívida pública de Cabo Verde aumentou de 200,013 biliões de escudos cabo-verdianos (CVE), ou 127,8 porcento do PIB, em 2015, para 210,726 biliões de escudos (128,6% do PIB) em 2016.
Nos quadros estatísticos apresentados na altura, a dívida da administração central, em 2016, atingiu os 210,726 biliões de CVE, representando 128,6 porcento do PIB (Produto Interno Bruto).
Deste total, a dívida externa é estimada em 158 bilões, 209 milhões e 700 mil CVE (96,5% do PIB), enquanto a dívida interna atinge os 52 biliões, 516 milhões e 300 mil CVE (32,0% do PIB).
Fazendo fé na mesma fonte, a dívida interna cabo-verdiana está assim estruturada em 96,6 porcento por Obrigações do Tesouro; 3,6 porcento por outros créditos e 0,0 porcento por Bilhetes do Tesouro.
A divida externa é, por seu turno, constituída exclusivamente por dívida de longo prazo, estruturada no período em referência, em termos de credor, em multilateral (46,9%), bilateral (22,6%) e comercial (30,5%).
Segundo a CJD, entre os países lusófonos que estão em risco de entrar em crise está também São Tomé e Príncipe, sendo que o Brasil arrisca uma crise de dívida privada, e Angola e Cabo Verde estão em risco de sofrerem uma crise de dívida pública ou privada.
“Há demasiados países em esforço por causa de níveis insustentáveis do serviço da dívida, e isso tem um custo para os serviços públicos e para o cumprimento das mais básicas necessidades humanas.
“Em vez de resolverem estes problemas, instituições como o Fundo Monetário Internacional perpetuam estes problemas porque emprestam mais dinheiro a países em crise, resgatando financeiramente credores irresponsáveis, enquanto as pessoas sofrem”, sentenciou o economista da CJD Tim Jones, citado no relatório.
Para este especialista, os credores “devem ser obrigados a reduzir a dívida”.
Os dados disponíveis na página da CJD mostram que “o mundo está mal preparado para uma nova vaga de crises da dívida”, sublinha o economista, apresentando duas razões.
Primeiro, “por causa do falhanço na criação de um processo justo e transparente de reestruturação da dívida para as dívidas públicas”, e depois porque “faltaram ações para fortalecer a regulação dos empréstimos bancários e os controlos nos movimentos financeiros transfronteiriços”.
-0- PANA/IZ CS/IZ maio2017