Cabo Verde encurta tempo de comunicação dos resultados do teste da covid-19
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde vai encurtar o tempo para a divulgação dos resultados do teste Real Time Polymerase Chain Reaction (RT-PCR) que deteta o vírus da covid-19, apurou a PANA segunda-feira de fonte oficial, na cidade da Praia.
Atualmente, pelo menos em 54 por cento dos casos regista-se uma demora mais de 72 horas entre a realização do exame e a comunicação dos resultados.
O anúncio foi feito pelo Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca, no final de uma reunião do Conselho da República (CR), órgão consultivo do chefe de Estado, que se debruçou sobre a situação epidemiológica do país.
Segundo Jorge Carlos Fonseca, o CR entendeu que se devem prosseguir os esforços de massificação dos testes, para que se possa ter uma ideia mais precisa da situação da epidemia no país, o que deve ser acompanhado de medidas para reduzir o tempo de comunicação dos resultados do teste.
O atraso na comunicação dos resultados, frisou, tem tido efeitos negativos, nomeadamente de propagação da doença, porque nem sempre a pessoa que aguarda o resultado de um teste e nem todos os seus contactos se mantêm em isolamento e, portanto, deixam de circular.
“Tomamos com satisfação o conhecimento, através do senhor primeiro-ministro, que vai haver um conjunto de medidas que vão encurtar esses espaços de tempo e, sobretudo, também medidas que implicam que as pessoas não têm que se dirigir ao centro em que se realizam os testes para ter conhecimento dos resultados”, acrescentou.
Jorge Carlos Fonseca afirmou ainda que a informação que tem é que, até ao fim desta semana, serão criadas as condições para diminuir o tempo de resposta e fazer com que as pessoas tenham conhecimento dos resultados no próprio domicílio, através de plataformas digitais.
O Presidente cabo-verdiano considera também não ser necessário voltar a declarar o Estado de emergência, que, num primeiro momento, vigorou, por 20 dias, de 29 de março até 17 de abril, em todas as ilhas do país, passando depois para 15 dias nas ilhas de Santiago, Boa Vista e São Vicente.
De 03 a 14 de maio, esse período de exceção vigorou nas ilhas de Santiago e Boa Vista, e a partir de 15 de maio apenas em Santiago, a única ilha, na altura, com casos ativos de infeção pelo novo coronavírus.
Para Jorge Carlos Fonseca, a declaração do Estado de emergência valeu a pena no momento em que o país precisava de conter o perigo “totalmente desconhecido” e, sobretudo, no momento em que o serviço de saúde não estava preparado para lidar com uma eventual propagação.
“Acho que se voltasse a situação de março, voltaria a decretar o Estado de emergência, mas creio que, neste momento, sobretudo tendo atenção o conhecimento que temos do vírus e da convivência com ele e, sobretudo, o impacto terrível da epidemia no tecido económico (..) temos de compatibilizar essa luta com o reforço da retoma da atividade económica essencial”, defendeu.
No entanto, perspetivou que a situação económica e social do país, em 2021, será ainda “bem mais difícil” do que em 2020, se não for alterado o quadro atual.
Com a situação complicada a nível do país, Jorge Carlos Fonseca advertiu que é necessário fazer recuar os números da propagação da epidemia para que o arquipélago possa voltar a abrir as suas fronteiras e receber o turismo, que vinha sendo a principal atividade económica de Cabo Verde.
O CR defendeu ainda o prolongamento do ‘lay off’ até ao fim do ano e a continuação das moratórias para beneficiar as empresas.
-0- PANA CS/IZ 29set2020