Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde em alerta máximo por vírus da ébola

Praia, Cabo Verde (PANA) – As autoridades sanitárias de Cabo Verde continuam em alerta máximo para impedir uma eventual propagação do vírus da ébola, apesar de ainda não ter sido detetado qualquer caso da doença no arquipélago, soube a PANA de fonte oficial na capital cabo-verdiana.

O diretor nacional da Saúde de Cabo Verde, António Pedro Delgado, garantiu que já foram tomadas medidas preventivas sanitárias “firmes” nos aeroportos e nos portos do arquipélago onde chegam pessoas oriundas dos países vizinhos da Guiné, país da África Ocidental que está a ser afetado por um surto do vírus da ébola.

Segundo ele, os tripulantes dos aviões e dos navios estão já instruídos e preparados para estarem atentos aos passageiros que manifestem sintomas que possam indiciar a sua contaminação com o vírus.

António Delgado afirmou que as unidades sanitárias, com realce para o hospital central da Praia, a capital cabo-verdiana onde chega a maior parte dos passageiros oriundos dos países oeste-africanos, têm já criadas as condições para o imediato isolamento de alguém suspeito de estar contaminado com o vírus da ébola.

Apôs a declaração oficial feita pelas autoridades da Guiné, a 21 de março, da existência de epidemia da febre viral hemorrágica da ébola, a ministra adjunta e da Saúde de Cabo Verde, Cristina Fontes Lima, convocou uma reunião interministerial de emergência a fim de reativar as medidas de prevenção e do controle sanitário em Cabo Verde.

Nos encontros que se seguiram foram feitas algumas propostas e recomendações que visam a prevenção e o controlo da situação sanitária do país, nomeadamente aspetos ligados à informação e sensibilização das populações, ao controlo dos principais pontos de entradas no país (portos e aeroportos) em conformidade com o Regulamento Sanitário Internacional (RSI 2005) da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Foi recomendado igualmente o levantamento dos recursos necessários, incluindo laboratoriais, no quadro da preparação e resposta face à situação que conhece atualmente a sub-região oeste africana.

A organização Médicos Sem Fronteiras considera o surto do vírus da ébola, suspeito de ter causado a morte a mais de 80 pessoas na Guiné, "uma epidemia sem precedentes" neste país da África Ocidental.

Há suspeitas, ainda não confirmadas, de mortes na Serra Leoa e Libéria, que fazem
fronteira com a Guiné, levando os outros países da região a tomarem medidas preventivas para prevenir a doença.

Devido ao vírus da ébola, o Senegal anunciou o encerramento da fronteira com a Guiné e o músico senegalês Youssou Ndour cancelou um show que deveria fazer em Conakry.

Os surtos anteriores da doença ocorreram no Uganda e na República Democrática do Congo, país onde o vírus do ébola foi identificado pela primeira vez em 1976 numa vila chamada Ebola.

O vírus da ebola é transmitido de animais para humanos e no contato com fluídos corporais de pessoas infetadas. Dependendo do tipo de vírus, ele tem uma taxa de mortalidade até 90 porcento.

-0- PANA CS/TON 02abril2014