Cabo Verde é segundo em Africa com maior retração de apoiantes de imprensa livre
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde é o segundo país africano com maior retração no número de apoiantes de uma imprensa livre (-26 pontos percentuais), segundo dados do Afrobarometer divulgados na véspera do Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, 03 de maio.
Os dados, baseados em inquéritos realizados em 34 países, revelam que, em média, os apoiantes da liberdade de imprensa são agora menos (47%) do que aqueles que acreditam que os governos devem ter o direito de proibir publicações que considerem prejudiciais (49%).
O declínio dos apoiantes de uma comunicação social sem restrições foi registado em 25 de 31 países acompanhados desde 2011 pelo Afrobarometer, incluindo quebras significativas na Tanzânia (-33 pontos percentuais), Cabo Verde (-26 pontos percentuais), Uganda (-21 pontos percentuais) e Tunísia (- 21 pontos percentuais).
No caso de Cabo Verde, apesar do recuo, 57 porcento dos inquiridos no arquipélago dizem que os média devem ser livres para publicarem o que entenderem, contra 38 porcento que defendem o direito dos governos a impedir determinadas publicações.
No barómetro de 2011/2013 sobre o mesmo assunto, a percentagem de apoiantes da imprensa livre em Cabo Verde era de 83 porcento.
Globalmente, há mais africanos a considerarem que a liberdade de imprensa para investigar e criticar os governos está a aumentar (43%) e não a diminuir (32%), mas a interpretação varia muito de país para país.
Os inquiridos manifestam-se geralmente insatisfeitos com o estado dos media nos seus países e entre os que dizem que a liberdade está a aumentar, a maioria (54%) apoia o aumento de regulação por parte do Estado.
Por outro lado, entre os que entendem que a liberdade está a diminuir, a maioria (54%) privilegia a liberdade à regulamentação.
A rádio continua a principal fonte de notícias, no entanto o seu domínio está em declínio, com 42 por cento a dizerem que ouvem rádio todos os dias, menos cinco pontos percentuais do que no estudo de 2011/2013.
A televisão é apontada como fonte diária de notícias para um em cada três inquiridos (35%) e a principal fonte de informação em nove países.
Apenas sete por cento dos inquiridos afirma ler jornais diariamente.
O recurso à internet e às redes sociais como fontes de notícias está a crescer rapidamente, com um em cada cinco a responder que usam diariamente a internet (18%) e as redes sociais (19%) como fonte de notícias.
O Afrobarometer é uma rede de investigação pan-africana que promove investigação, inquéritos e sondagens sobre democracia, governação, condições económicas e assuntos relacionados nos países africanos.
Entre 1999 e 2015, a organização promoveu seis rondas de inquéritos, estando os dados da sétima ronda, realizada entre 2016/2018 em 34 países, a ser divulgados até 2019.
-0- PANA CS/IZ 03maio2019