Cabo Verde é candidato a ser certificado como país livre de paludismo, diz OMS
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde é candidato a ser certificado como país livre de paludismo, se até fevereiro de 2021 não registar nenhum caso da doença, revelou o representante da Organização Mundial da Saúde (OMS), no arquipélago, Hermand Agudelo.
Hermand Agudelo fez este anúncio na abertura sexta-feira do ateliê de apresentação, discussão e validação do Plano Estratégico de Eliminação do Paludismo no horizonte 2020/2024, que define uma estratégia alinhada com as resoluções e os planos regionais e mundiais para a eliminação desta enfermidade.
Segundo o representante da OMS, Cabo Verde implementou nos últimos anos dois planos de pré-eliminação, mas, “infelizmente”, não conseguiu eliminar o paludismo na totalidade.
Cabo Verde registou, em 2017, um total de 423 casos de paludismo e em janeiro de 2018 registou dois casos providentes da epidemia de 2017.
Desde janeiro de 2017, de acordo com o Serviço de Controlo das Doenças Vectoriais, não se registaram novos casos locais, mas em casos importados, em 2019, registaram-se 40 casos.
“Como vocês podem observar nas estatísticas e no sistema de vigilância nacional, há dois anos que não há mais paludismo no país, desde 2018. Isto significa que, se no mês de fevereiro de 2021 o país não apresentar nenhum caso é um bom candidato para ser declarado país sem paludismo”, informou.
No entanto, ele advertiu que há aspetos que devem ser reforçados neste novo Plano Estratégico como a vigilância epidemiológica, assegurar a prevenção e controlo de vetores e reforçar a comunicação comunitária.
Neste sentido, o coordenador do Programa Nacional de Controlo das Doenças de Transmissão Vetorial e dos Problemas de Saúde Ambiental, António Moreira, disse que este plano visa manter o `statu´ zero de casos autóctones de paludismo no país e evitar a sua reintrodução.
Prevê ainda, durante a sua execução, a certificação da eliminação do paludismo, que é feita pela Organização Mundial de Saúde, isto é, certificado de um país isento de paludismo local.
Moreira explicou que a maior parte das atividades que constam do plano já está a ser implementada, mas que através deste plano vão continuar com as “boas práticas” e reforçar os pontos fracos, sobretudo na parte da vigilância.
“Temos de estar atentos e vigilantes em relação aos casos, diagnosticar precocemente, fazer a investigação à volta do caso, cercar a transmissão e fazer o seguimento. Fazemos isso, mas é preciso melhorar. O objectivo é não ter caso local, mas continuaremos a ter mosquitos transmissores é muito difícil eliminar o vector”, afirmou.
Neste quesito, disse que vão ter de trabalhar na luta antivetorial para manter a densidade do mosquito muito baixo, no sentido de se evitar à transmissão e ainda estarão atentos aos casos importados.
Este documento, apontou, vai ter protocolos padronizados e harmonização das intervenções a nível nacional em diferentes setores, isto é, na área da vigilância e na área da gestão de casos, e na da luta antivetorial, reforço dos recursos humanos e mais ações de formação e capacitação dos técnicos.
-0- PANA CS/IZ 22março2020