Cabo Verde e Portugal abrem corredor aéreo para voos essenciais
Praia, Cabo Verde (PANA) – Cabo Verde e Portugal abrirão, a partir de 1 de agosto próximo, um corredor aéreo para voos essenciais, a serem operados por companhias dos dois países, nomeadamente a TAP e a SATA (Portugal) e a Cabo Verde Airlines (CVA), apurou a PANA de fonte segura.
O anúncio foi feito segunda-feira, na cidada Praia, durante uma conferência de imprensa conjunta, na capital cabo-verdiana, pelo ministro cabo-verdiana dos Negócios Estrangeiros e Comunidades, Luís Filipe Tavares, e pelo embaixador de Portugal em Cabo Verde, António Albuquerque Moniz.
Uma das condições para a efetivação dos voos vai ser a realização de testes de covid-19 (coronavírus) nos dois sentidos.
Conforme o embaixador português, depois de 15 voos de repatriamento nos últimos meses, que incluíam turistas retidos, os dois países abrem agora a abrangência das ligações, com ligações essenciais, por motivos de doença, negócios, estudos, profissionais, oficiais e familiares.
“Há um número muito significativo de situações que é necessário resolver, nomeadamente a situação dos doentes que são evacuados”, afirmou o diplomata, indicando que, nos últimos quatro meses, já tinham sido transferidos mais de 100 doentes de Cabo Verde para Portugal.
“À medida que o tempo passa são várias outras situações de caráter humanitário, de caráter profissional, de compromissos que não podem ficar por cumprir, de razões familiares muito fortes, que nós temos procurado responder de forma positiva”, sustentou António Moniz.
Apesar da interdição do espaço aéreo de Cabo Verde para voos comerciais e limitações impostas pela União Europeia, o diplomata disse que Portugal “abriu uma exceção” para voos dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e alguns dos Estados dos Estados Unidos.
“Eu não sei quando é que Cabo Verde vai abrir o seu espaço aéreo, mas pelo menos, enquanto não o faz, nós iremos continuar a realizar estes voos, para atender estas situações todas, nomeadamente de carácter humanitário e muito urgentes que é necessário resolver”, acrescentou.
Por sua vez, Luís Filipe Tavares disse que o pedido foi feito por Portugal, tendo a condição exigida pelo Governo português a realização de testes de virologia (PCR) nos dois sentidos.
“Vamos continuar a trabalhar para que tudo seja feito nas melhores condições sanitárias”, perspetivou o chefe da diplomacia cabo-verdiana, salientando que a operação será organizada ainda no quadro da parceira especial que Cabo Verde tem com a União Europeia.
“Para que, quando viermos a abrir as nossas fronteiras, possamos dar continuidade a operações do tipo com os demais países, com os quais nós temos relações e, sobretudo, voos internacionais”, disse o ministro.
O Governo adiou, de julho corrente para agosto próximo, a reabertura das fronteiras do arquipélago, mas ainda não precisou o dia.
“Estamos a trabalhar para reabrirmos as nossas fronteiras o mais rápido possível. A promessa é abrirmos em agosto, vamos continuar a trabalhar para que assim seja nos próximos dias, de acordo com a programação que nós tínhamos feito”, prosseguiu o ministro, frisando que tal vai depender das condições sanitárias.
Segundo Luis Filipe Tavares, numa primeira fase, serão realizados pelo menos oito voos semanais, com origem e destino no aeroporto de Lisboa e nos aeroportos da Praia (Santiago) e Mindelo (São Vicente).
“São voos com carácter humanitário muito forte e que permitirão que Cabo Verde e Portugal continuem ligados económica e socialmente, o que é extremamente importante”, salientou o governante, explicando que os dois países vão analisar a possibilidade de posteriormente realizar ligações de outros aeroportos de Cabo Verde, nomeadamente da ilha do Sal.
No caso, por exemplo, de famílias e de estudantes que já tinham adquirido bilhetes de passagem para Cabo Verde em outras companhias não incluídas no corredor, o embaixador de Portugal explicou que a TAP “não terá privilégios” e que os pedidos de outras empresas serão atendidos “caso a caso”.
Também o chefe da diplomacia cabo-verdiana assegurou que “há mecanismos” entre as companhias aéreas para resolver estes casos, garantindo que “por aí não haverá nenhuma dificuldade”, apontando o facto de, até ao momento, centenas de estudantes terem regressado ao país neste âmbito.
-0- PANA CS/DD 28julho2020