Cabo Verde diagnóstica em média cerca 600 casos de cancro por ano, diz Governo
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde diagnostica uma média de 600 novos casos de cancro por ano, anunciou neste fim de semana o ministro cabo-verdiano da Saúde, Arlindo do Rosário.
Em Cabo Verde morrem cerca de 400 pessoas de cancro por ano, e as doenças oncológicas constituem a terceira causa de mortalidade no país e a principal causa de envio de doentes para o exterior, declarou o governante na abertura do 1.º Congresso Internacional sobre o Cancro e a 5.ª edição do Congresso sobre o Cancro da Organização Africana para Investigação e Formação em Oncologia (Aortic), que decorre na cidade da Praia.
Arlindo do Rosário defendeu que, apesar do "progresso notável" do país na luta contra o cancro, é preciso um diagnóstico precoce para um tratamento mais eficaz e aumento da sobrevivência do doente.
"Calcula-se que o risco de um Cabo-verdiano desenvolver um cancro após os 75 anos de idade é de 18,6 por cento (sendo 22,7 por cento no homem e 16,2 por cento na mulher). E prevê-se que a incidência de cancro/ano para daqui a 18 anos (2040) duplique", alertou.
Segundo o governante, o país tem feito um "progresso notável" na luta contra o flagelo, acompanhando os progressos observados internacionalmente, com a implementação de um programa nacional, mas também o reforço do sistema de saúde, com profissionais de saúde das mais variadas áreas e "melhorias substanciais" no diagnóstico.
"Temos, hoje, a possibilidade de realizar cirurgias oncológicas cada vez mais complexas no país, contando também com o apoio de missões de cooperação internacionais", realçou.
Para o ministro, o desafio agora é melhorar a capacidade de diagnóstico, para que seja mais cedo, para que o tratamento seja mais eficaz, aumentando a capacidade de sobrevivência do doente.
"Mas mais do que tudo, que a sobrevivência se faça também com qualidade de vida. Isso é um aspeto fundamental", prosseguiu, pedindo também uma aposta na educação, na prevenção, no tratamento e cuidados paliativos, bem como no registo oncológico e apoio à investigação.
"Apenas assim poderemos fazer frente a este flagelo e prestar os melhores cuidados possíveis à nossa população", referiu, pedindo também uma aposta na prevenção e mudança de estilo de vida.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), nos últimos 20 anos, o número de novos casos de cancro mais do que duplicou na região africana, passando de 338.000 casos notificados em 2002 para quase 846.000 casos em 2020.
Todos os anos, África regista cerca de 1.100.000 novos casos de cancro, resultando em mais de 700.000 mortes.
O congresso da Aortic, realizado todos os anos em um dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP), reúne durante dois dias profissionais de saúde e investigadores para uma partilha de conhecimentos científicos atualizados na área da oncologia e da inovação para uma visão holística na abordagem dos cancros, na África Subsariana.
-0- PANA CS/DD 24junho2022