Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde desmente ameaça de corte de serviço Microsoft por dívidas

Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde considerou como "falsa e desprovida de qualquer fundamento" a informação veiculada por um jornal local de que a multinacional Microsoft ameaça cortar os seus serviços ao arquipélago por falta de pagamento.

Em conferência de imprensa, terça-feira, na cidade da Praia, o gestor do Núcleo Operacional da Sociedade de Informação (NOSI) de Cabo Verde, Jorge Lopes, admitiu a existência de atrasos no pagamento de alguns serviços mas garantiu que estes estão "perfeitamente controlados".

O gestor da NOSI, instituição pública que executa todo o sistema informático do Estado cabo-verdiano, confirmou que Cabo Verde deve cerca de 600 mil dólares americanos (550 mil euros) à Microsoft, mas negou que os "atrasos no pagamento de serviços de licenças" ponham em risco os serviços e sistemas informáticos nem as relações com a multinacional americana.

"Existem atrasos no pagamento de serviços de licenças da Microsoft, como certamente existirão outros atrasos. Estão perfeitamente controlados através do plano de regularização estabelecido com o Ministério das Finanças", esclareceu Jorge Lopes.

Segundo ele, "não há risco de interrupção dos serviços da Microsoft e, se os houvesse, não daria lugar a qualquer interrupção no funcionamento da Administração”.

Uma eventual interrupção “traria certamente algumas fragilidades" ao sistema, reconheceu Lopes que disse tratar-se de um processo "normal" de relação financeira com qualquer instituição, precisando que o NOSI tem uma "relação excelente" com a Microsoft que será reforçada "muito brevemente" com a assinatura de um contrato de parceria" com muitas inovações".

"O NOSI é uma instituição de referência junto da Microsoft e as nossas relações estão muito para além de contar tostões ou cêntimos. Montamos parcerias e trabalhamos conjuntamente", reforçou.

No seu entender, o que constitui maior risco para a governação eletrónica e para o processo de modernização administrativa em Cabo Verde é a forma “irresponsável e inusitada” como a informação foi veiculada, abalando a confiança das instituições no NOSI.

“A veiculação desta informação na imprensa internacional já está a causar danos difíceis de reparar à nascente aventura de prestação de serviços internacionais pelo NOSI”, lamentou.

A equipa de gestão do NOSI considera ainda que a forma como a informação foi veiculada deixa clara que ela teve intenção "maliciosa e de má-fé das fontes da informação e produzida por pessoas que nem sequer conhecem os estatutos da instituição".

Jorge Lopes avançou ainda que, desde 2007, o NOSI tem uma parceria com a Microsoft e que, de momento, prepara uma terceira renovação da mesma. “A assinatura vai acontecer muito brevemente e envolve as mais recentes inovações tecnológicas”, disse.

Acrescentou que a parceria com a Microsoft vai muito além dos serviços e das licenças, recordando que a multinacional norte-americana é parceira do NOSI em projetos que estão a ser implementados em determinados países, como a Guiné Equatorial, Moçambique, o Burkina Faso e a Guiné-Bissau.

Ele referiu ainda que está em processo de negociação a presença da Microsoft no Parque Tecnológico, cujo projeto já decorre em Cabo Verde, devendo a marca Microsoft no Parque poder vir a ser representada através de um Centro de Excelência para a governação eletrónica e centro de certificação e qualificação.

-0- PANA CS/IZ 24março2015