PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde desdramatiza referências ao arquipélago no Wikileaks
Praia, Cabo Verde (PANA) – O primeiro-ministro cabo-verdiano, José Maria Neves, desdramatizou as referências a Cabo Verde relatadas no Wikileaks e que foram retomadas pela imprensa do arquipélago, apurou a PANA na cidade da Praia.
O chefe do Governo cabo-verdiano considera que os dados confidenciais da administração norte-americana, que vem sendo divulgados no Wikileaks e que muitos já consideram como o “11 de Setembro” da diplomacia mundial, constituem “um atentado à comunidade internacional”.
Na sexta-feira passada, o jornal cabo-verdiano "A Semana" indicou que Cabo Verde também é referido na lista como estando “sob vigilância apertada” dos Estados Unidos há pelo menos um ano.
Segundo o jornal, Cabo Verde é um dos oito países da África saheliana referenciados no Wikileaks, com Washington a pedir com insitência à Embaixada dos Estados Unidos na Cidade da Praia “informações” sobre agitações sociais, tráficos de droga, padrões de governação e pormenores sobre o sistema de telecomunicações.
O semanário salienta que os documentos do Wikileaks “não mostram os resultados da espionagem feita (ou em curso), mas apresentam as exigências da Casa Branca”, feitas pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, a 16 de Abril de 2009, já na administração de Barack Obama.
Segurança, governação, economia e sistemas de telecomunicações foram os quatro eixos principais da “espionagem” desencadeada pelos serviços de inteligência norte-americanos em Cabo Verde, que envolve também investigações aos governantes.
As ordens passam também por uma averiguação sobre se há ou não condições para, em caso de crise, os Estados Unidos instalarem uma base militar no arquipélago.
O narcotráfico na região, as ligações com cartéis sul-americanos, e os dados dos principais suspeitos são outras das investigações pedidas, bem como informações sobre os “níveis de liderança” em Cabo Verde, atuação dos partidos políticos, dados biográficos dos respetivos líderes e seus recursos financeiros.
Nos telegramas, são ainda pedidas informações sobre a estabilidade governativa e democrática, a corrupção, os direitos humanos, a saúde, a segurança alimentar, as atividades da banca e do “mercado negro”, as políticas ambientais, as relações externas e os indicadores potenciais de instalação de campos de refugiados, dado o fluxo migratório Sul/Norte.
"Quem está na governação conhece as lides diplomáticas e, como tal, não dá importância à questão", afirmou Maria Neves em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), no último fim de semana.
Para ele, "não há nada demais, nenhum problema em relação a essas questões. Sabemos, desde o princípio, que todos os países procuram informações sobre todos os países”, disse.
“É claro que a divulgação desses dados é um atentado à comunidade internacional e põe em causa determinados aspetos importantes da segurança internacional e dos países”, disse José Maria Neves rematando que em relação a Cabo Verde ele não vê necessidade de se dar muita importância à questão
-0- PANA CS/IZ 07Dez2010
O chefe do Governo cabo-verdiano considera que os dados confidenciais da administração norte-americana, que vem sendo divulgados no Wikileaks e que muitos já consideram como o “11 de Setembro” da diplomacia mundial, constituem “um atentado à comunidade internacional”.
Na sexta-feira passada, o jornal cabo-verdiano "A Semana" indicou que Cabo Verde também é referido na lista como estando “sob vigilância apertada” dos Estados Unidos há pelo menos um ano.
Segundo o jornal, Cabo Verde é um dos oito países da África saheliana referenciados no Wikileaks, com Washington a pedir com insitência à Embaixada dos Estados Unidos na Cidade da Praia “informações” sobre agitações sociais, tráficos de droga, padrões de governação e pormenores sobre o sistema de telecomunicações.
O semanário salienta que os documentos do Wikileaks “não mostram os resultados da espionagem feita (ou em curso), mas apresentam as exigências da Casa Branca”, feitas pela secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, a 16 de Abril de 2009, já na administração de Barack Obama.
Segurança, governação, economia e sistemas de telecomunicações foram os quatro eixos principais da “espionagem” desencadeada pelos serviços de inteligência norte-americanos em Cabo Verde, que envolve também investigações aos governantes.
As ordens passam também por uma averiguação sobre se há ou não condições para, em caso de crise, os Estados Unidos instalarem uma base militar no arquipélago.
O narcotráfico na região, as ligações com cartéis sul-americanos, e os dados dos principais suspeitos são outras das investigações pedidas, bem como informações sobre os “níveis de liderança” em Cabo Verde, atuação dos partidos políticos, dados biográficos dos respetivos líderes e seus recursos financeiros.
Nos telegramas, são ainda pedidas informações sobre a estabilidade governativa e democrática, a corrupção, os direitos humanos, a saúde, a segurança alimentar, as atividades da banca e do “mercado negro”, as políticas ambientais, as relações externas e os indicadores potenciais de instalação de campos de refugiados, dado o fluxo migratório Sul/Norte.
"Quem está na governação conhece as lides diplomáticas e, como tal, não dá importância à questão", afirmou Maria Neves em declarações à Rádio de Cabo Verde (RCV), no último fim de semana.
Para ele, "não há nada demais, nenhum problema em relação a essas questões. Sabemos, desde o princípio, que todos os países procuram informações sobre todos os países”, disse.
“É claro que a divulgação desses dados é um atentado à comunidade internacional e põe em causa determinados aspetos importantes da segurança internacional e dos países”, disse José Maria Neves rematando que em relação a Cabo Verde ele não vê necessidade de se dar muita importância à questão
-0- PANA CS/IZ 07Dez2010