Cabo Verde defende integração económica na CEDEAO
Praia, Cabo Verde (PANA) - A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tem de regressar ao seu papel, à sua missão inicial de integração económica e deixar as questões de estabilidade, de segurança, as roturas constitucionais nos diferentes Estados à União Africana, soube a PANA de fonte oficial.
Esta posição cabo-verdiana foi manifestada quarta-feira última pelo seu Presidente, José Maria Neves, quando reagia ao anúncio conjunto pelo Burkina Faso, Mali e Níger, da saída, com efeitos imediatos, da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
A seu ver, cabe a cada Estado fazer as reformas institucionais que se mostrem fundamentais "para termos instituições políticas e económicas mais sólidas e mais inclusivas", sugeriu.
Também o Governo de Cabo Verde defende soluções que garantam a coesão da CEDEAO, pedindo às instituições da comunidade, principalmente ao órgão máximo, a Conferência de Chefes de Estado e de Governo, para "reforçarem o diálogo político com as autoridades de transição" daqueles três países, por forma a que se encontrem "as melhores soluções, que possam garantir a desejada coesão no seio da organização."
Os três países justificaram a saída da organização sub-regional com as sanções impostas e com a condenação dos golpes de Estado no Mali (24 de maio de 2021), Níger (26 de julho de 2023) e Burkina Faso (06 de agosto de 2023) que derrubaram governos eleitos democraticamente e colocaram no poder juntas militares que acusam forças ocidentais, em particular a França, a antiga potência colonial, de ingerência nos seus assuntos internos.
Em setembro último, os três países, que formaram a Aliança dos Estados do Sahel, decidiram reforçar a cooperação assinando acordos de ajuda militar mútua, em caso de intervenção externa.
Cabo Verde considera é o momento de se pensar também numa reforma do sistema da União Africana (UA), fazendo uma divisão de trabalho, uma redistribuição das competências da UA e entre as organizações sub-regionais e os diferentes Estados africanos, segundo o estadista cabo-verdiano.
-0- PANA CS/DD 01fev2024