Cabo Verde declara estado de calamidade face ao aumento da covid-19
Praia, Cabo Verde (PANA) – O Governo declarou sexta-feira o estado de calamidade, face ao aumento de casos positivos de covid-19 no país, onde, em apenas cinco dias, foram registados mil 470 infeções e 13 óbitos, apurou a PANA de fonte segura.
Em declarações sexta-feira, a partir da ilha Sal, o o chefe do Governo cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, precisou que o estado de calamidade irá vigorar nos próximos 30 dias em todas as ilhas do país, com exceção da ilha Brava, onde, até quinta-feira última, não tinha sido diagnosticado, nos últimos meses, nenhum caso do novo coronavírus.
O primeiro-ministro, que visitava a principal unidade de saúde naquela ilha turística, justificou a medida pelo crescimento de casos no arquipélago.
Advertiu também que o Governo pondera medidas “mais rigorosas” se as pessoas não cumprirem com as normas sanitárias impostas agora pela declaração do estado de emergência.
Neste sentido, ele apontou a necessidade de se reforçar todas as medidas restritivas, coercivas e de fiscalização, mas, sobretudo, as que vão no sentido da responsabilidade cidadã.
“Várias vezes foi dito, repete-se sempre que este vírus não anda nem contagia sozinho, mas contagia a partir das pessoas. É preciso garantir que haja um cumprimento das medidas”, frisou, referindo-se ao uso de máscaras, ao distanciamento social e à higienização, associados a outras medidas mais restritivas que passam a vigorar com a declaração do estado de calamidade.
Ulisses Correia e Silva declarou, neste particular, que o estado de calamidade vai implicar medidas a nível do horário de funcionamento de estabelecimentos comerciais, restaurantes e bares, a nível de atividades de natureza cultural ou política em que a lotação máxima não pode ultrapassar 150 pessoas, ou quaisquer outras atividades que possam consubstanciar, por exemplo, em festas.
“As festas são proibidas, quer festas de natureza pública quer de natureza privada. Só serão permitidas festas intrafamiliares, quer dizer, em casa entre família. Porque está também tipificado que muitos dos contágios e infeções têm sido através deste ambiente de festa. E isso não pode acontecer em ambiente da covid”, enfatizou.
Precisou que o Governo vai reforçar medidas relativamente à aplicação de sanções para aqueles que não obedeçam ao isolamento, bem como ao reforço da fiscalização, com o apoio das Forças Armadas, da Polícia Nacional, da Proteção Civil, Inspeção Geral das Atividades Económicas da (IGAE), cujas ações, conforme sublinhou, são para proteger a saúde e a vida das pessoas.
“Proteger também o emprego, o rendimento, a economia… porque as pessoas sentem os efeitos. E é preciso que todas façam a sua parte, a sua obrigação de cidadania, e, fazendo cada um a sua parte, estaremos a controlar e baixar o nível de transmissão do coronavírus no país”, manifestou.
“O estado de calamidade irá vigorar durante 30 dias, vamos fazer avaliações semanais e quinzenais, e, se houver a necessidade de se reforçar ainda mais as medidas, iremos reforça-las”, ponderou, advertindo que uma das medidas mais reforçadas seria a declaração do estado de emergência.
Cabo Verde registou 373 novos infetados pelo novo coronavírus quinta-feira, elevando para 23 mil 554 os casos positivos acumulados desde o início da pandemia no país, dos quais 213 óbitos e três mil 69 ativos.
-0- PANA CS/DD 30abril2021