Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde debate futuro do aero-negócio e da economia marítima

Praia, Cabo Verde (PANA) – Um encontro sobre aeronegócios e a economia marítima realizar-se-á dentro em breve na cidade da Praia, apurou a PANA, na cidade da Praia, de fonte da organização.

O encontro tem como objetivo fazer o retrato das reformas em curso nesses dois setores e definir as oportunidades que os mesmos apresentam para o setor privado em Cabo Verde, de acordo com a fonte.

Organizado pela Câmara de Comércio, Indústria e Serviços de Sotavento (CCISS), em parceria com o Centro de Políticas Estratégicas (CPE) do Governo cabo-verdiano, o fórum pretende ser uma sessão interativa, com a participação de todos os presentes, de modo a permitir a recolha de diversas contribuições do setor privado para o desenvolvimento do aeronegócio e da economia marítima.

Conforme uma fonte da CCISS, o evento resultará na elaboração de um documento com principais propostas e conclusões saídas deste encontro.

O cluster de aeronegócios vai ter o seu "epicentro" na ilha do Sal, disse, em fevereiro último, a ministra cabo-verdiana das Infraestruturas e Economia Marítima, Sara Lopes, na sessão pública de apresentação do programa dos grandes projetos desenhados para o país.

Para a governante, a ilha onde se situa o Aeroporto Internacional Amílcar Cabral tem reunidas todas as condições para estimular negócios, atrair investimentos e provocar o crescimento económico à volta do setor.

Tal como São Vicente, ponto principal do cluster do Mar, o Sal será a base dos negócios aéreos devendo gerar oportunidades também noutros pontos do país.

"É a principal infraestrutura aeroportuária do país, a única sem quaisquer constrangimentos e que pode receber qualquer tipo de aeronave. Temos condições para trabalharmos um polo aéreo em Cabo Verde. O centro de controlo de tráfego aéreo e toda uma vivência cultural e de desenvolvimento de uma sociedade, conjuntamente com a atividade da aviação civil", sublinhou.

Embora o processo esteja a correr a "bom ritmo", Sara Lopes salientou que se prevê tomar, ao longo dos próximos três anos, um conjunto de medidas incentivadoras e facilitadoras do ambiente de negócios.

"Estamos desde o ano passado a procurar parceiros económicos e investidores na China, Singapura e Japão. É um trabalho que leva tempo e exige paciência e muita coordenação. É aqui que nós temos o maior desafio", frisou.

O que se pretende, acrescentou, é identificar todos os investimentos já feitos e todas as oportunidades de negócios ligadas à aviação civil e transportes aéreos, havendo já "muitas oportunidades" identificadas.

"Há a possibilidade de, num período de cinco anos, duplicar o tráfego aéreo nacional”, disse Sara Lopes, anotando que para o feito se torna necessário “criar incentivos para que as pessoas viajem mais e utilizem mais os transportes aéreos”.

No domínio da economia marítima, o Governo de Cabo Verde já anunciou que está a ultimar o quadro legal e regulatório e a preparação de toda a legislação para a privatização do setor portuário em 2014.

Em junho de 2013, o Parlamento cabo-verdiano aprovou uma autorização legislativa para o Governo alterar o regime jurídico dos portos de Cabo Verde aprovado em novembro de 2010, com vista à privatização da sua exploração económica.

No âmbito da privatização, o Governo deseja que a Empresa Nacional de Administração dos Portos (ENAPOR) continue a ser a concessionária geral dos portos do arquipélago cabo-verdiano, mas que ela possa subempreitar, sempre que possível, a operação e os serviços portuários aos agentes económicos.

As sub-concessionárias portuárias poderão também ter outros negócios no seu objeto social, sendo apenas exigido delas experiência no setor marítimo para utilizar os portos do país e desenvolver negócios com outros portos no mundo.

-0- PANA CS/DD 21abr2014