Cabo Verde cria equipa para dar resposta a ataques cibernéticos
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Governo de Cabo Verde revelou, segunda-feira, já ter aprovado a criação de uma equipa nacional para dar resposta a incidentes de segurança informática, apurou a PANA de fonte segura.
A criação desta equipa, designada CSIRT (sigla em inglês), estratégia adotada por vários países para lidar com problemas nas redes nacionais informáticas e ataques cibernéticos, surge numa altura em que o país ainda recupera de um ataque internacional à Rede Tecnológica Privativa do Estado.
Desde o final de novembro último, esta situação condiciona vários serviços públicos, estando, por isto, a ser investigado pela Procuradoria-Geral da República e pela Interpol (Polícia Internacional).
Segundo o Governo, a instalação do CSIRT em Cabo Verde vai ser feita através da mobilização de recursos técnicos, humanos e financeiros, nomeadamente do BM e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Estes recursos permitirão que esta seja uma das primeiras prioridades elencadas na Estratégia Nacional de Cibersegurança desenhada para o país" e que se criem condições para a instalação dum centro nacional de cibersegurança, do qual passará a ser um departamento funcional.
O Governo cabo-verdiano justifica a antecipação da constituição desta equipa CSIRT, mesmo antes da criação do Centro de Nacional de Cibersegurança, pela "prioridade na assunção das funções que se lhe acometem, impondo-se que, quanto antes, o país seja dotado de uma equipa competente e apetrechada para responder e mitigar ataques ou outros incidentes cibernéticos, cada vez mais frequentes, e com cada vez maior potencial lesivo.
Neste sentido, a equipa CSIRT assumirá a coordenação operacional na resposta a incidentes, a monitorização de incidentes com implicações a nível nacional e internacional, podendo ativar mecanismos de alerta rápido e intervir na mitigação de incidentes, além de comunicar diretamente com outras equipas do género, internacionais, tendo responsabilidades na rede de comunicações civil e militar de Cabo Verde.
O diploma estabelece que o centro ficará localizada num espaço físico onde "possa partilhar condições de segurança física e equipamentos de suporte já existentes, nomeadamente nas instalações do Centro de Dados do Estado, funcionando com equipas de três níveis de prioridade.
A equipa de prioridade I terá, nomeadamente, a missão de monitorizar e triar eventos de "forma ininterrupta, 24 horas por dia e sete dias por semana, com três especialistas em permanência por piquete.
A equipa de cibersegurança da CSIRT terá capacidade de investigação forense e prevenção de incidentes cibernéticos, define o diploma aprovado após o parecer da autoridade cabo-verdiana de proteção de dados.
Na sequência do ataque à rede estatal cabo-verdiana, o Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca, defendeu que "é necessário que todos estejam muito atentos à nova realidade que é a guerra cibernética."
Na mensagem dirigida a 15 de janeiro último, por ocasião do Dia das Forças Armadas, Jorge Carlos Fonseca pediu aos militares cabo-verdianos para se prepararem "muito seriamente" para a defesa cibernética do país, garantindo assim o "normal funcionamento" da Internet e, "em especial da governação eletrónica cabo-verdiana."
-0- PANA CS/DD 02fev2021