Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde crê em vitória de candidata à presidência do BAD

Praia, Cabo Verde (PANA) – O primeiro-ministro de Cabo Verde, José Maria Neves, afirmou, na cidade da Praia, que a candidata cabo-verdiana à presidência do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) “tem grandes hipóteses de ganhar” as eleições para o cargo, previstas para 28 de maio próximo, soube a PANA de fonte oficial.

O chefe do Governo cabo-verdiano, que falava quinta-feira após regressar da Cimeira da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) realizada a 19 de maio em Accra (Gana), revelou que discutiu a questão com vários Presidentes, o que lhe permitiu alargar o apoio à candidatura da ministra das Finanças, Cristina Duarte.

“Não será uma candidatura fácil, tendo em conta todos os interesses estratégicos envolvidos, mas se Cabo Verde conseguir chegar à presidência do BAD será um grande ganho para o país que aumentará substancialmente a sua influência no continente africano e no mundo”, realçou.

José Maria Neves disse que Cabo Verde vai trabalhar até ao fim para que esta candidatura nacional tenha sucesso, mas salientou que mesmo que Cristina Duarte não ganhe o arquipélago já ganhou.

“A campanha feita até agora e o facto de Cabo Verde estar nos principais órgãos de comunicação a nível internacional, a valorização do desempenho de Cabo Verde nos últimos anos, do seu processo de consolidação da democracia e desenvolvimento é já um grande ganho”, destacou.

Entretanto, o primeiro-ministro cabo-verdiano anunciou que estará em Abidjan (Côte d’Ivoire), nos dias 26 e 27 de maio, a fim de participar num painel de alto nível organizado pelo BAD para debater as questões relacionadas com o desenvolvimento sustentável e ambientais em África.

José Maria Neves deve aproveitar também a ocisão para angariar mais apoios para Cristina Duarte, uma dos oito candidatas à liderança do BAD.

Ela protagoniza a primeira candidatura feminina, lusófona e de um país insular à presidência do BAD, uma instituição multilateral de desenvolvimento criada em 1964 com o objetivo de promover o desenvolvimento económico e social do continente.

Além de Cristina Duarte, perfilam na corrida Akinwumi A. Adesina (Nigéria), Sufian Ahmed (Etiópia), Jaloul Ayed (Tunísia), Kordjé Bedoumra (Chade), Samura Kamara(Serra Leoa), Thomas Sakala (Zimbabwe) Birama Boubacar Sidibe (Mali).

A imprensa internacional tem vindo a apontar Cristina Duarte como estando entre os quatro favoritos à liderança do BAD, a par do Tunisino Jaloul Ayed, do Maliano Birama Sidibe e do Tchadiano Kordjé Bedoumra.

Uma sondagem divulgada na semana passada pelo jornal económico Financial Afrik dava conta que esses candidatos já mobilizaram o maior índice de apoio dos 78 países membros, dos quais 53 são Africanos.

De acordo com a mesma fonte, a candidata cabo-verdiana encontra-se numa situação bastante confortável tendo como trunfo principal a imagem da democracia e boa governação de Cabo Verde.

Até ao momento, Cristina Duarte já recebeu o apoio formal dos países lusófonos (CPLP) e dos Estados insulares de África e o compromisso verbal de vários Chefes de Estado do continente, bem como de países-membros do BAD não regionais da Europa do Norte, como é o caso do Luxemburgo.

A candidata, que já realizou um périplo pela África Austral, Oriental e do Norte, espera ainda contar com um forte apoio da sub-região e da CEDEAO.

Cristina Duarte suporta a sua candidatura na estratégica de que Cabo Verde é uma nação pequena e insular sem interesses geoestratégicos a nível continental nem fatores de dependência a qualquer bloco na região.

Criado em 1964, o Banco Africano de Desenvolvimento é uma entidade multilateral de desenvolvimento que tem por objetivo promover o desenvolvimento económico e social de África. Ele tem um capital social estimado em 100,2 mil milhões de dólares americanos, dos quais 60 porcento subscritos pelos 53 países africanos.

Os restantes 40 por cento são assumidos por 24 membros oriundos de países dos outros continentes.

-0- PANA CS/TON 22maio2015