Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde continua vigilante para prevenção de gripe aviária

Praia, Cabo Verde (PANA) – Cabo Verde continua atento às recomendações da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) no que concerne à prevenção e reforço da vigilância à gripe aviária que continuam a representar uma séria ameaça para a saúde humana e animal em particular, apurou a PANA, quinta-feira.

Em declarações à agência cabo-verdiana de notícias (Inforpress), o técnico superior da direção dos Serviços de Pecuária do Ministério do Desenvolvimento Rural (MDR), José Luís Barros, recordou que, desde 2006, o país vem implementando um plano nacional de prevenção contra a gripe aviária, com a implementação de medidas concretas para evitar que essa epidemia chegue ao país.

Esse veterinário, que coordena o serviço de vigilância contra a epidemia, recordou que Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO) lançou, a 16 de setembro, um novo alerta à comunidade internacional sobre os vírus da gripe aviária H7N9 e H5N1, recomendando os serviços veterinários de todo o mundo a reforçarem a prevenção e a manterem “uma vigilância constante”.

José Luís Barros, que este alerta como uma medida “normal”, afiançou que nos últimos sete anos, Cabo Verde tem estado “sempre em alerta” com medidas de prevenção, sendo as mais importantes o reforço dos serviços de vigilância epidemiológica e de laboratório, a aquisição de equipamentos adequados e a formação de técnicos, que constituem um corpo nacional de inspetores que trabalham em todo o país.

Segundo ele, a vigilância permanente é feita de forma passiva, através da recolha de informações de campo junto de criadores nacionais e de organismos internacionais, nomeadamente a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Organização Mundial de Saúde Animal e a Alerta Rápida da União Europeia, e de outros países.

No que se refere à vigilância ativa, ela é feita mediante a recolha de amostras, por exemplo, em caso de morte de aves numa determinada zona por gripe.

O veterinário esclareceu que tendo em conta a variedade de tipos e subtipos de vírus, as amostras recolhidas são enviadas para um laboratório credenciado em virologia com vista a sua concreta identificação e a consequente tomada de medidas.

José Luís Barros recordou também que o Governo aprovou uma lei que permite o controlo da importação dos produtos alimentares e proíbe a importação de aves e produtos derivados de países onde se tenha detetado o H5N1.

Todas as importações nesse domínio carecem de uma autorização prévia do Ministério do Desenvolvimento Rural, informou.

A curto prazo, José Luís Barros defendeu uma aposta acentuada nos serviços de fronteira, devendo o país continuar a estar constantemente informado sobre a evolução da gripe viária no mundo junto dos organismos internacionais com mandato nesta matéria.

A gripe aviária é uma doença causada por uma variedade do vírus H5N1 hospedado por aves, mas que pode infetar diversos mamíferos, incluindo humanos.

Em agosto último, cientistas chineses anunciaram o que, a seu ver, é o primeiro caso de transmissão entre humanos da nova cepa do vírus da gripe aviária, o H7N9.

Segundo a (FAO), “o vírus da gripe aviária continua a circular nas aves de capoeira”, pelo que “as medidas de controlo devem ser mantidas e reforçadas não só nos países em causa, mas também nos países vizinhos e territórios com os quais mantêm fortes laços comerciais, especialmente no caso do H7N9 (detetado este ano na China) e que não provoca sinais clínicos nos animais e é, portanto, muito difícil de detetar nas aves de capoeira.”

-0- PANA CS/DD 19set2013