Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde contemplado com vacinas dos Estados Unidos

Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde é um dos sete países africanos escolhidos diretamente pelos Estados Unidos para receberem 55 milhões de vacinas contra a covid-19 doadas pelo Governo norte-americano, apurou a PANA segunda-feira de fonte oficial.

"Acabei de receber a notícia da Administração americana que Cabo Verde foi incluída na lista dos países, um dos sete países africanos que vão receber os donativos de vacinas dos EUA.
 

“As vacinas que vamos receber dos EUA vão ajudar-nos a alcançar o nosso objetivo de vacinar 70 por cento da população até final do ano", anunciou o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva.

O primeiro-ministro aproveitou para agradecer ao Governo americano, em especial ao Presidente Joe Biden, “e a todos os outros envolvidos neste processo, incluindo a nossa diáspora nos EUA".

A Casa Branca anunciou que vai doar mais 55 milhões de doses de vacinas das suas reservas, depois de um lote inicial de 25 milhões de doses em expedição para vários países de renda baixa.

Do total de doses doadas, 41 milhões são partilhadas com o mecanismo Covax, criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).

Da quantidade a entregar para distribuição através da Covax, cerca de 10 milhões de doses serão distribuídas a países em África, que os Estados Unidos  vão selecionar em conjunto com a União Africana.

As restantes 14 milhões de doses desta doação (25% do total), que segundo a Casa Branca devem servir para vacinar pessoal médico ou grupos prioritários identificados nos planos de vacinação de cada país, serão atribuídos a países já definidos pelos Estados Unidos, com base nas "prioridades regionais".

Sem quantificar as doses a atribuir nessa lista de cerca de 30 países, sete são em África, entre os quais Cabo Verde, o único lusófono, além do Egito, da Tunísia, da Nigéria, do Gana, da África do Sul e do Quénia.

Cabo Verde já vacinou 16 por cento da população adulta com pelo menos uma dose das vacinas contra a covid-19 e reduziu para dois meses o intervalo entre as duas doses da AstraZeneca, devido à circulação da variante delta.

"Nós estávamos a recomendar que esse intervalo fosse de três meses, mas considerando a circulação de variantes de preocupação a nível internacional, sobretudo a variante delta, que tem causado a piora da situação epidemiológica em vários países, inclusive em Portugal, na região de Lisboa [onde reside uma importante comunidade cabo-verdiana], nós recebemos a orientação técnica de que devemos reduzir esse intervalo da vacina da AstraZeneca, passando de três meses para dois meses", anunciou segunda-feira o diretor nacional de Saúde de Cabo Verde, Jorge Noel Barreto.

Cabo Verde conta com reservas de cerca de 200 mil doses de vacinas contra a covid-19, 150 mil das quais da AstraZeneca, e esta decisão foi justificada com a necessidade de completar a vacinação (duas doses) e assim reduzir a transmissão do novo coronavírus.

Jorge Noel Barreto revelou que, até ao fim de semana passado, 60.664 pessoas já tinham sido vacinadas, em Cabo Verde, com pelo menos a primeira dose das vacinas disponíveis no arquipélago, equivalentes a 16 por cento da população elegível (com mais de 18 anos), para uma meta de 70 por cento estipulada para este ano.

-0- PANA CS/IZ 22junho2021