Cabo Verde constroi complexo turístico de vulto
Praia, Cabo Verde (PANA) – O Governo de Cabo Verde anunciou, terça-feira, ter já assinado a minuta de convenção de estabelecimento do "Little África Maio", um complexo turístico cujo investimento global é de 500 milhões de euros, apurou a PANA de fonte oficial.
O empreendimento prevê a criação de mais dois mil postos de trabalho diretos durante a construção e mais de quatro mil empregos quando começar a funcionar, segundo a mesma fonte.
Trata-se do Centro Turístico Residencial, Cultural e de Negócios, a ser implementado na Zona de Desenvolvimento Turístico Integrado (ZDTI) da ilha do Maio, com o fito de promover e acelerar o desenvolvimento da economia cabo-verdiana.
A minuta de estabelecimento foi assinada na cidade da Praia, pelo vice-primeiro-ministro e ministro das Finanças de Cabo Verde, Olavo Correia, e por um empresário espanhol, Enrique Banuelos de Castro, sócio e gerente da Internacional Holding Cabo Verde (IHCV), consórcio que integra vários outros investidores africanos.
Neste documento, o Governo cabo-verdiano declarou que o projeto é de "interesse excecional e de enorme interesse nacional."
Isto porque, prosseguiu, o empreendimento vai dotar a ilha de infraestruturas de primeiro nível, edificadas em conformidade com parâmetros ambientais e de sustentabilidade definidos nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.
O Governo entende declarar o projeto de investimento como de interesse excecional no quadro da estratégia de desenvolvimento nacional, tendo em conta a sua dimensão e natureza e implicações económicas e sociais que representa, designadamente o volume de investimentos, a criação de empregos e de riqueza, assim como a criação de condições para um desenvolvimento sustentado do turismo nacional, lê-se no documento.
O complexo, a ser construído em três fases, vai ser gerido e explorado por uma nova empresa, a criar no quadro da parceria, denominada "Little Africa Services" (LAS).
Além da área de entretenimento, considerada a "âncora do projeto", o complexo ainda terá museus e salas de exposições de países africanos, teatro, casino, lojas, centro de congressos/exibições e negócios, centro internacional de negócios, hospital, colégio internacional e habitações para os executivos, quadros e outros trabalhadores.
Como previsão, para a primeira fase, a infraestrutura estará operacional dentro de três anos.
Incluirá também um complexo turístico, denominado "Little África Resorts", numa área residencial, com vivendas para cidadãos internacionais de elevado poder de compra.
O centro turístico é promovido por um grupo de empresários hoteleiros, representado pelo espanhol Enrique Banuelos de Castro, sócio e gerente da IHCV.
Para o porta-voz do consórcio internacional, o projeto vai trazer um "turismo de qualidade" a Cabo Verde, diferente do já existente formato de `tudo incluído`, disponibilizando, por exemplo, outros serviços de saúde e de educação.
O centro será igualmente um destino internacional para quem quer conhecer África a partir da ilha do Maio, com museus e representação de cada país africano, com a sua gastronomia e cultura.
Enrique Banuelos de Castro disse que as obras deverão arrancar nos próximos meses, para a primeira fase ficar pronta em 36 meses.
No ato da assinatura da minuta de convenção de estabelecimento do “Little África Maio”, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, destacou que “este projeto é o maior de sempre no país, pelo seu valor."
"Estamos a falar de 500 milhões de euros, e pelas implicações, impactos a nível de empregos diretos e indiretos, da criação de riqueza, da geração de receitas fiscais, da localização de empresas internacionais, de atração de outros investimentos para o país e para a valorização turística de Cabo Verde enquanto destino de referência”, frisou.
O chefe do Governo sustentou igualmente que o empreendimento vai valorizar ativos que a ilha possuiu, desde logo o facto de ser a mais próxima de Santiago, onde se situa a capital do país, Praia, mas também as suas zonas de desenvolvimento turístico.
“O impacto social e económico deste grande obra, que se realiza na ilha do Maio, estende-se para a ilha de Santiago e para o resto do país”, sustentou a mesma fonte.
Ulisses Correia e Silva disse esperar ainda que o complexo venha a desenvolver um turismo sustentável, com efeito multiplicador em outros setores, criando mercado para agricultura, pecuária, pescas, restauração transportes, e dinamizando a construção civil durante a fase de construção.
Além disso, afirmou que o projeto posiciona Cabo Verde como um país com um turismo sustentável e de qualidade, que tem a vocação de ser uma plataforma entre África e Europa.
Depois de dois anos em negociações entre as partes, o acordo foi assinado precisamente em plena pandemia da covid-19, o que para o primeiro-ministro tem um “valor maior” e é um sinal de confiança no país."
-0- PANA CS/DD 16dez2020