Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde considerado modelo de governação

Praia, Cabo Verde (PANA) - O relatório "African Economic Outlook", divulgado esta segunda-feira na cidade marroquina de Marraquexe, indica que Cabo Verde continua a ser "um modelo de governação, de direitos políticos e de liberdades civis", apesar de a forte ligação do arquipélago à Europa ter abrandado o crescimento da economia cabo-verdiana no último ano, soube a PANA de fonte segura.

O relatório elaborado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), pela Comissão Económica da ONU para África (CEA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) revela também que o abrandamento da economia mundial fez Cabo Verde passar de um crescimento de 5% em 2011 para 4% em 2012.

O documento refere-se também à redução da ajuda externa e do investimento direto estrangeiro, mas assinala que as remessas dos emigrantes e as receitas do turismo não foram afetadas pela crise.

O relatório indica que face ao abrandamento da atividade na zona euro, com a qual Cabo Verde tem fortes ligações e que dificulta o crescimento do arquipélago, o Governo cabo-verdiano tem procurado compensar essa tendência com a aposta no investimento público, o que deverá fazer com que o PIB cabo-verdiano cresça 4,8% este ano.

No entanto, esta aposta no investimento público tem como consequência uma subida do défice para 7,3% este ano, mas o relatório assinala que o executivo já tomou medidas para aumentar a eficiência fiscal e diminuir o volume de investimento público com o objetivo de equilibrar as contas públicas.

O documento considera também que a dependência num bloco económico externo aumenta a necessidade de reformas estruturais em Cabo Verde, uma fator considerado "crítica" para a manutenção de um crescimento sustentável da economia cabo-verdiana.

O relatório "African Economic Outlook" dá conta que as economias do continente africano vão crescer, em média, 4,8% este ano e 5,3% em 2014.

A agricultura, o setor mineiro e os recursos energéticos são as grandes mais-valias do continente africano, e que, segundo o relatório, poderiam "impulsionar o crescimento económico e preparar o caminho para uma melhoria significativa no desenvolvimento humano".

No entanto, os autores do documento argumentam que, apesar do crescimento económico previsto ser superior ao de outras regiões, como por exemplo a Europa, a braços com uma quase estagnação, há ainda "uma redução insuficiente da pobreza, um desemprego persistente e um aumento das desigualdades nalguns países".

-0- PANA CS/TON 27maio2013