Cabo Verde com nova carta náutica
face àraia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde conta, desde domingo último, com uma nova carta náutica, publicada pelo Instituto Hidrográfico de Portugal e em substituição da versão de 1960, anunciou o Instituto Marítimo e Portuário (IMP) de Cabo Verde.
Em nota divulgada seguna-feira, o IMP destaca que a nova carta náutica do arquipélago cabo-verdiano "veio dar resposta às necessidades de atualização da cartografia náutica do país e, consequentemente, da segurança à navegação marítima."
"A Administração Marítima Nacional regozija-se com a publicação, pelo Instituto Hidrográfico de Portugal, da nova Carta Náutica, que veio trazer mais segurança à navegação marítima e induzir maior prevenção da poluição marinha", lê-se no documento.
Segundo a mesma fonte, as Cartas Náuticas de Cabo Verde resultam de um protocolo de cooperação assinado entre os Governos de Cabo Verde e de Portugal, estabelecido em 1986 e reforçado em 2003 no âmbito da Segurança Marítima, da Oceanografia, da Hidrografia e da Cartografia.
Em declarações à agencia cabo-verdiana de noticias (Inforpress), o assessor do conselho diretivo do IMP, Raúl Soulé, garantiu que a nova carta náutica irá “melhorar a segurança” na navegação e “aumentar as ações preventivas” face à poluição marinha nos mares do país.
Conforme a mesma fonte, a nova carta começará a ser publicitada nos próximos dias peloIMP junto de operadores nacionais e internacionais, indicou.
Entretanto, este acordo, segundo ele, teve um interregno, até 2003, data em que foi assinada uma adenda que especifica linhas mestras do plano estratégico de que constam as vertentes mencionadas.
“Em 2004, nós reiniciamos um serviço de levantamento topo hidrográfico nos portos de Cabo Verde, porque os serviços relevantes nestes portos tinham sido feitos na década de 50, e muito pouco se fez na década de 60”, explicou Raúl Soulé, para quem, até 2004, foram registados “serviços pouco relevantes”.
O processo foi iniciado com os serviços de cartografia em portos como Sal-Rei (Boa Vista), São Vicente e Praia (Santiago), considerados os “mais movimentados e que têm maior procura”, não só em termos de navios de marinha de comércio, mas também em termos de pesca e outras classes.
De seguida, entraram outros portos do arquipélago, incluindo os “desembarcadores” de Preguiça, São Nicola e Tarrafal (Sanna ilha de Santiago).
Toda esta investigação foi complementada em 2014, com a publicação das cartas das zonas portuárias.
Em 2016, com a deslocação de um navio hidrográfico da Marinha Portuguesa, que esteve em exercício nas águas de Cabo Verde, aproveitou-se, conforme o assessor do IMP, para fazer exercícios de hidrografia, utilizando “equipamentos mais modernos”, nomeadamente a sonda multi-feixe.
“Sendo que, até então, apenas tínhamos utilizados serviços via sonda normal, que não têm estas características da sonda utilizada em 2016, que consegue captar informações mais fidedignas, que podem levar à elaboração de cartas náuticas muito precisas”, explicou o também comandante de marinha mercante.
Todas estas informações e outros dados recolhidos por outras instituições científicas estrangeiras, que fizeram batimetria nas águas oceânicas (águas mais afastadas das costas) culminaram, assim, na publicação do Instituto Hidrográfico de Portugal, que, “desta feita, abrange não só a zona dos portos, como todo o arquipélago.”
“Os navegadores que procuram as águas de Cabo Verde já têm, antes de chegarem aos portos, informações necessárias para se fazer uma navegação segura”, considerou Raúl Soulé, adiantando que o IMP se regozija com esta materialização.
-0- PANA CS/DD 07dez2020