Cabo Verde com maior incidência, em África, de casos de covid-19 por 100 mil habitantes
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde destacou-se, durante o ano transato, como o país africano com mais casos de coronavírus (covid-19) por 100 mil habitantes, o que é considerado uma incidência "particularmente elevada", apurou a PANA de fonte segura.
Segundo uma análise da revista The Lancet dos dados da pandemia em África, divulgada quarta-feira, referente ao período de 14 de fevereiro a 31 de dezembro de 2020, Cabo Verde registou uma incidência de mil 973 casos por 100 mil habitantes, ou seja, a mais alta entre os 55 Estados-membros da União Africana (UA) e entre os países africanos lusófonos.
Durante este período, foram contabilizados 11 mil 840 casos de vírus SARS-CoV-2 e 113 mortes, tendo Cabo Verde registado uma taxa de letalidade de 1.0 por cento.
Por outro lado, 11 mil 559 doentes recuperaram, o que coloca Cabo Verde entre os seis países africanos , designadamente República Centro-africana, Cabo Verde, Costa do Marfim, Djibuti, Gabão e Gana, com taxas de recuperação iguais ou superiores a 98 por cento.
Durante este período, o país realizou 107 mil 817 testes, equivalentes a uma média de 9.1 testes por caso positivo de covid-19.
O estudo adiante que, embora os números de casos e mortes em África tenham sido baixos em comparação com muitas outras partes do mundo, a análise a nível nacional revela taxas de incidência particularmente elevadas em alguns países, incluindo Cabo Verde, África do Sul, Líbia e Marrocos.
A África do Sul, o país com mais casos acumulados de covid-19 e mortes no continente africano, ou seja, um milhão 57 mil 161 casos e 28 mil 469 mortes, até dezembro próximo registou, uma incidência de mil 819 casos por 100 mil habitantes.
De acordo com números atuais, a África do Sul conta um milhão 538 mil 961 casos e 52 mil 251 mortes.
Seguem-se a Líbia com mil 526 por 100 mil habitantes, Marrocos com um milhão 200 mil por 100 mil habitantes e a Tunísia mil 191 por 100 mil habitantes.
A taxa de letalidade situou-se no 1.7 por cento e, com sete mil 498 testes realizados, a média de testes por caso confirmado foi de 7.4.
Segue-se a Guiné-Equatorial, com uma incidência de 376 casos por 100 mil habitantes, cinco mil 277 casos acumulados da doença, 86 mortos e uma taxa de letalidade de 1.6 por cento.
O país realizou 76 mil 846 testes à razão de 14 testes por caso detetado.
Angola (55 casos/100 mil habitantes) e Moçambique (59 casos/100 mil habitantes) registaram respetivamente taxas de mortalidade de 2,3 por cento (405 mortes) e 0,9 por cento (166 mortes) no mesmo período.
A Guiné-Bissau contabilizou uma incidência de 122 casos por 100 mil habitantes, dois mil 447 casos acumulados, 45 mortes e uma taxa de letalidade de 1,8 por cento.
O país conduziu 36 mil 588 testes a uma relação de 15 testes por cada caso de covid-19 detetado.
Globalmente, durante o período em análise pela The Lancet, quase três milhões de casos de covid-19 e mais de 65 mil mortes foram relatadas em África.
O estudo indica ainda que a segunda vaga de covid-19 em África foi mais severa que a primeira, com mais cerca de 30 por cento de infeções diárias durante a fase de crescimento desta segunda vaga, em comparação com o pico da primeira.
Apesar disso, assinalam os investigadores, a maioria dos países implementou menos medidas de saúde pública durante este período.
África totaliza 110 mil 524 vítimas mortais desde o início da pandemia e quatro milhões 148 mil 866 de casos de covid-19, além de três milhões 705 mil 369 doentes curados.
-0- PANA CS/DD 25mar2021