Cabo Verde apontado como país africano mais bem preparado para enfrentar crime organizado
Praia, Cabo Verde (PANA) - Cabo Verde é o país africano mais bem preparado para enfrentar o crime organizado, segundo um relatório do projeto Enact, financiado pela União Europeia (UE) e divulgado esta semana, em Noa Iorque, nos Estados Unidos.
De acordo com a primeira edição do “Índice de Crime Organizado do Enact - Melhorar a Resposta de África ao Crime Organizado Transnacional”, com dados relativos a 2018, Cabo Verde obteve uma média de 6,54 pontos no indicador de resiliência, que calcula, através de vários parâmetros, a capacidade de resposta ao crime organizado.
"A pontuação de resiliência reflete a existência, capacidade e eficácia da resposta do país ao crime organizado. A capacidade de resiliência e a eficácia são avaliadas num esforço de analisar o nível a que os estados estabeleceram os quadros legais, políticos e estratégicos apropriados para responder ao crime organizado", refere o relatório.
Para se chegar a este valor, são classificados 12 parâmetros tais como liderança política e governação, transparência governamental e responsabilização, cooperação internacional, políticas e leis nacionais, sistema judicial e detenção, execução da lei, integridade territorial, sistemas antilavagem de dinheiro, ambiente de regulação económica, apoio a vítimas e testemunhas, prevenção, e agentes não estatais.
Calculando a média dos valores alcançados nestes parâmetros, Cabo Verde atingiu os 6,54 pontos (numa escala entre um e 10), liderando o continente neste aspeto.
Os autores do índice referem, no entanto, que "ter uma alta pontuação de resiliência não significa que um país vá ter baixos níveis de crime organizado".
A publicação acrescenta que "se um país tem baixos níveis de crime organizado não significa necessariamente que seja afetado por altos níveis de atividade criminal organizada", mencionando vários exemplos.
O relatório exemplifica com os casos da África do Sul, que apresenta uma forte criminalidade (6,16) e uma forte resiliência (5,58), ou da Líbia, palco de forte criminalidade (6,26) e fraca resiliência (2,13).
Da mesma forma, aponta também o caso da Guiné Equatorial, com baixa criminalidade (3,53) e baixa resiliência (2,04), e o de Cabo Verde, com baixa criminalidade organizada (3,74) e forte resiliência (6,54).
-0- PANA CS/IZ 26set2019