PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Cabo Verde anuncia medidas adicionais de estímulo ao crescimento da economia
Praia, Cabo Verde (PANA) – O Banco de Cabo Verde (BCV, central) anunciou, sexta-feira, um conjunto de medidas de afrouxamento monetário para garantir uma melhor política de crédito à economia, visando um “estímulo adicional” ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), para além das atuais previsões de 1 a 1,5 por cento.
Em conferência de imprensa, o governador do BCV, João Serra, empossado recentemente no cargo, anunciou a descida das taxas diretora, que passa dos atuais 3,75 porcento para 3,5 porcento, de reservas mínimas de caixa (18 para 15 porcento), de facilidade Permanência de Cedência de Liquidez (6,75 para 6,5 porcento) e de absorção de liquidez (0,5 para 0,25 porcento).
O governador do banco central cabo-verdiano indicou que outra das “medidas de afrouxamento monetário” passa pelo alargamento do prazo para a alienação dos imóveis recebidos pelos bancos em dação, de dois para um máximo de cinco anos, com abate escalonado aos fundos próprios.
“Com a implementação das medidas, o BCV espera um aumento do crédito à economia e a redução das taxas de juro ativas, tendo em conta a folga criada com a redução dos custos operacionais”, explicou João Serra.
Segundo o governador do BCV, o aumento do crédito à economia “induzirá um impulso real adicional” ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real, podendo também contribuir para a elevação do índice de preços no consumidor, “combatendo o cenário de deflação”, que, em 2014, se situou em -0,2 porcento e cuja tendência se manterá em 2015.
O banco central cabo-verdiano, acrescentou João Serra, espera que as medidas sejam acompanhadas pela banca, uma vez que o estímulo ao crédito à economia com base em investimentos produtivos é “indispensável” para o crescimento económico.
“Antecipa-se que o setor bancário terá uma ação consequente enquanto agente impulsionador da transmissão monetária e do crescimento económico. A expetativa do BCV é que haja maior proatividade na seleção dos projetos para crédito, imposição de maior confiança no mercado, maior inovação e competitividade”, sublinhou.
No entanto, João Serra adverte que o impacto da redução das reservas mínimas de caixa só poderá ser potenciado, de forma sustentável, com a “implementação eficiente” de medidas que visem o reforço do balanço dos bancos e a redução dos riscos que ameaçam a estabilidade financeira de Cabo Verde.
Essas medidas, disse, devem ser complementadas com o aprofundamento das reformas estruturais que possibilitem a melhoria das infraestruturas e a diversificação dos produtos de investimento do setor financeiro, o reforço da governança corporativa e a redução dos riscos da economia e o aumento da sua competitividade.
No entender do governador, o alcance destes objetivos "passa também pelo aumento da literacia financeira da população cabo-verdiana e pela redução expressiva da informalidade da economia”.
Ao nível do sistema financeiro, o novo governado do BCV e antigo ministro das Finanças, no período 2004 a 2006, destacou como desafios a melhoria e o reforço da supervisão bancária aliada à modernização dos sistemas de pagamentos, visando, “em última instância”, a criação de condições para acorrer a eventuais vulnerabilidades que uma ou outra instituição financeira possa vivenciar.
A justificar a tomadas dessas medidas de afrouxamento monetário pelo banco central, João Serra realçou, de entre outras, a forte influência da economia internacional, sobretudo da zona euro, e da crise na economia de Cabo Verde que, apesar de alguns progressos, continua a registar uma diminuição dos investimentos públicos e privados e, consequentemente, um fraco dinamismo da atividade económica.
Ele recordou que o BCV já vem implementando, desde maio de 2013, uma política moderada de afrouxamento monetário, utilizando as facilidades permanentes de depósitos e de empréstimos e a emissão de títulos próprios, como instrumentos “essenciais” para influenciar a decisão dos bancos comerciais e gerir a liquidez no sistema bancário cabo-verdiano.
João Serra salientou ainda o facto de antes do anúncio dessas medidas o BCV ter tido um encontro, ao mais alto nível, com todos os responsáveis da banca em Cabo Verde, o qual serviu para discutir um conjunto de situações que, “eventualmente, estejam a impedir que seja dado um volume maior de créditos aos operadores económicos”.
“Socializámos também, ainda que de forma implícita, as medidas que devem ser tomadas e hoje acabamos de anunciar um conjunto de medidas que vão ao encontro da expetativa da banca”, disse João Serra, salientando que, “do lado do BCV, as condições estão criadas para que haja, efetivamente, “uma maior política de crédito à economia”.
-0- PANA CS/IZ 14fev2015
Em conferência de imprensa, o governador do BCV, João Serra, empossado recentemente no cargo, anunciou a descida das taxas diretora, que passa dos atuais 3,75 porcento para 3,5 porcento, de reservas mínimas de caixa (18 para 15 porcento), de facilidade Permanência de Cedência de Liquidez (6,75 para 6,5 porcento) e de absorção de liquidez (0,5 para 0,25 porcento).
O governador do banco central cabo-verdiano indicou que outra das “medidas de afrouxamento monetário” passa pelo alargamento do prazo para a alienação dos imóveis recebidos pelos bancos em dação, de dois para um máximo de cinco anos, com abate escalonado aos fundos próprios.
“Com a implementação das medidas, o BCV espera um aumento do crédito à economia e a redução das taxas de juro ativas, tendo em conta a folga criada com a redução dos custos operacionais”, explicou João Serra.
Segundo o governador do BCV, o aumento do crédito à economia “induzirá um impulso real adicional” ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real, podendo também contribuir para a elevação do índice de preços no consumidor, “combatendo o cenário de deflação”, que, em 2014, se situou em -0,2 porcento e cuja tendência se manterá em 2015.
O banco central cabo-verdiano, acrescentou João Serra, espera que as medidas sejam acompanhadas pela banca, uma vez que o estímulo ao crédito à economia com base em investimentos produtivos é “indispensável” para o crescimento económico.
“Antecipa-se que o setor bancário terá uma ação consequente enquanto agente impulsionador da transmissão monetária e do crescimento económico. A expetativa do BCV é que haja maior proatividade na seleção dos projetos para crédito, imposição de maior confiança no mercado, maior inovação e competitividade”, sublinhou.
No entanto, João Serra adverte que o impacto da redução das reservas mínimas de caixa só poderá ser potenciado, de forma sustentável, com a “implementação eficiente” de medidas que visem o reforço do balanço dos bancos e a redução dos riscos que ameaçam a estabilidade financeira de Cabo Verde.
Essas medidas, disse, devem ser complementadas com o aprofundamento das reformas estruturais que possibilitem a melhoria das infraestruturas e a diversificação dos produtos de investimento do setor financeiro, o reforço da governança corporativa e a redução dos riscos da economia e o aumento da sua competitividade.
No entender do governador, o alcance destes objetivos "passa também pelo aumento da literacia financeira da população cabo-verdiana e pela redução expressiva da informalidade da economia”.
Ao nível do sistema financeiro, o novo governado do BCV e antigo ministro das Finanças, no período 2004 a 2006, destacou como desafios a melhoria e o reforço da supervisão bancária aliada à modernização dos sistemas de pagamentos, visando, “em última instância”, a criação de condições para acorrer a eventuais vulnerabilidades que uma ou outra instituição financeira possa vivenciar.
A justificar a tomadas dessas medidas de afrouxamento monetário pelo banco central, João Serra realçou, de entre outras, a forte influência da economia internacional, sobretudo da zona euro, e da crise na economia de Cabo Verde que, apesar de alguns progressos, continua a registar uma diminuição dos investimentos públicos e privados e, consequentemente, um fraco dinamismo da atividade económica.
Ele recordou que o BCV já vem implementando, desde maio de 2013, uma política moderada de afrouxamento monetário, utilizando as facilidades permanentes de depósitos e de empréstimos e a emissão de títulos próprios, como instrumentos “essenciais” para influenciar a decisão dos bancos comerciais e gerir a liquidez no sistema bancário cabo-verdiano.
João Serra salientou ainda o facto de antes do anúncio dessas medidas o BCV ter tido um encontro, ao mais alto nível, com todos os responsáveis da banca em Cabo Verde, o qual serviu para discutir um conjunto de situações que, “eventualmente, estejam a impedir que seja dado um volume maior de créditos aos operadores económicos”.
“Socializámos também, ainda que de forma implícita, as medidas que devem ser tomadas e hoje acabamos de anunciar um conjunto de medidas que vão ao encontro da expetativa da banca”, disse João Serra, salientando que, “do lado do BCV, as condições estão criadas para que haja, efetivamente, “uma maior política de crédito à economia”.
-0- PANA CS/IZ 14fev2015