Agência Panafricana de Notícias

Cabo Verde ainda sem prazos definidos para receber vacinas da COVAX

 

Praia, Cabo Verde (PANA) - Os prazos de entrega a Cabo Verde das 108 mil doses da vacina AstraZeneca, produzidas na Índia, contra a covid-19 e cinco mil 850 doses da vacina Pfizer, ao abrigo da iniciativa COVAX, ainda não estão oficialmente definidos, de acordo com uma fonte da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a mesma fonte, a calendarização desta entrega a Cabo Verde foi oficialmente  marcada para maio próximo, mas o inicio da chegada das primeiras doses ainda não está definida com exatidão.

Quarta-feira, o primeiro-ministro cabo-verdiano, Ulisses Correia e Silva, disse que o Governo tem informação de que está para breve a chegada das primeiras vacinas a Cabo Verde.

Reconheceu que isso na pode indicar uma data fixa para o efeito, uma vez que, frisou, isso não depende apenas de Cabo Verde, mas sim da sua disponibilidade a nível internacional. 

Para o primeiro-ministro, o processo "deveria ser agilizado" devido à confirmação, na segunda-feira última, da circulação no país da variante do vírus SARS-CoV-2, detetada inicialmente no Reino Unido. 

"Mas não depende apenas da nossa vontade e das nossas condições. Nós não produzimos vacinas, as vacinas vêm de fora, não temos um problema de financiamento para aquisição das vacinas. Já há recursos disponíveis, temos é um calendário que está definido e que será concretizado e esperamos que seja o mais breve possível", concluiu Ulisses Correia e Silva. 

O plano nacional de introdução e vacinação contra a covid-19 em Cabo Verde, aprovado em fevereiro último pelo Governo, prioriza profissionais de saúde, pessoas com doenças crónicas, idosos, professores, profissionais hoteleiros, ligados ao turismo, e das fronteiras, polícias, militares e bombeiros.

Para o efeito, será necessária a aquisição de 267 mil 293 doses da vacina para a população alvo prioritária, num total de 111 mil 372 pessoas, e pretende-se vacinar, até 2023, um total de 60 por cento da população, sendo 20 por cento em 2021, 20 por cento em 2022 e 20 por cento em 2023, refere-se.

O arquipélago é um dos países que integram a plataforma Covax, fundada pela OMS, em parceria com a Vaccine Alliance (Gavi) e a Coalition for Epidemic Preparedness Innovations (Cepi), e que pretendem garantir a vacinação a 20 por cento da população de 200 países, tendo, para o efeito, estabelecido acordos com fabricantes para o fornecimento de dois mil milhões de doses em 2021 e a possibilidade de comprar ainda mais mil milhões de outras.

A Covax pretende entregar 90 milhões de doses de vacinas no continente africano até ao final deste mês.

Até ao final de maio próximo, o planeamento prevê a entrega de 237 milhões de doses de vacinas AstraZeneca e de 1,2 milhões de doses da vacina Pfizer.

Quénia, Rwanda e Lesoto foram alguns dos países africanos que receberam, quarta-feira última, as primeiras doses de vacinas contra a covid-19, entregues pela iniciativa global Covax.

Até à data, Gana, Cote d’Ivoire, Nigéria, Angola, Gâmbia e República Democrática do Congo (RD Congo) receberam também as suas primeiras doses da vacina entregue pela Covax, enquanto outros países, como Mali, Senegal, Malawi e Uganda estão a espera ainda esta semana.

A Covax tem enfrentado atrasos relacionados com o fornecimento das vacinas, limitadas a nível global, assim como condicionamentos logísticos.

Dada a incapacidade de a plataforma para assegurar aos 54 países africanos as doses necessárias para alcançar a imunidade de grupos, alguns Estados, como a África do Sul, estão a tentar assegurar vacinas através de acordos bilaterais ou através do programa de compra em massa da União Africana, refere-se.

-0- PANA CS/DD 03mar2021