Cabo Verde adia congresso internacional de quadros devido ao Covid-19
Praia, Cabo Verde (PANA) - O Congresso Internacional de Quadros Cabo-verdianos, previsto para a cidade da Praia de 21 a 23 de maio corrente, foi adiado para outubro, devido ao alastramento da epidemia do novo coronavírus (Covid-19), anunciou.
Segundo a organização, o evento prevê contar com a participação de 500 pessoas, metade das quais quadros cabo-verdianos que trabalham em 25 países.
Em comunicado, a organização justifica a decisão de cancelar e remarcar o congresso em função das “orientações da Organização Mundial de Saúde” face à epidemia de Covid-19, recordando que a realização do encontro implicava a deslocação de Cabo-verdianos na diáspora para a capital do país.
O cancelamento, explica, “surge como resposta à epidemia global provocada pelo Covid-19, em virtude do risco que o mesmo representa para a saúde pública internacional, afetando, hoje, vários países onde se encontram alguns dos pontos focais da organização” e que são “essenciais para o sucesso” do evento.
A medida foi tomada “em sintonia" com as preocupações de todos os parceiros, designadamente a Presidência da República de Cabo Verde, a Assembleia Nacional, o Governo de Cabo Verde, as embaixadas de Cabo Verde espalhadas pelo mundo, a Associação Nacional dos Municípios, as universidades, os demais parceiros e todos os pontos focais nos 25 países onde reside a nossa diáspora.
Neste contexto e seguindo ainda as diretrizes da OMS, "ficam também cancelados, preventivamente, alguns dos eventos que estavam previstos no âmbito do processo de organização do congresso”, lê-se no comunicado.
A organização explica que o Congresso Internacional de Quadros Cabo-verdianos tem agora a “data indicativa” de realização de 15 a 17 de outubro deste ano, também na cidade da Praia.
O congresso pretende colocar os Cabo-verdianos residentes na diáspora a partilhar experiências, conhecimentos e os resultados da integração, dando conta de casos de sucesso em vários domínios.
O ministro da Saúde, Arlindo do Rosário, disse hoje que não há razões para alargamento da medida de suspensão de voos com outros países, à semelhança do que aconteceu com a Itália, um dos países mais afetados pela doença.
O ministro explicou que a suspensão dos voos para Itália, por um período de três semanas foi tomada porque os turistas italianos que vêm para Cabo Verde partem da zona do epicentro da epidemia.
“A própria Itália fez em relação a outras províncias italianas. Portanto houve também interdição de voos domésticos. Mas temos de ponderar vários fatores, nomeadamente a circulação, porque nós também precisamos circular.
"Nós devemos ter uma ponderação e ir acompanhando aquilo que a própria OMS recomenda nessas situações”, afirmou.
De acordo ainda com o governante, não há, neste momento, ou pelo menos não se prevê o alargamento dessa medida para outros países, "mas é uma questão que não esta fechada e vai depender da evolução da situação a nível mundial e da análise dos vários fatores que podem estar implicados nessa necessidade”.
O novo coronavírus já atingiu sete países africanos, designadamente Argélia, Senegal, Egito, Nigéria, Marrocos, Tunísia e África do Sul.
Dadas as proximidades e ligações entre Cabo Verde e Senegal, o titular da pasta da saúde adiantou que as autoridades sanitárias cabo-verdianas estão em contacto permanente com as congéneres senegalesas e com todos os ministros da saúde oeste-africanos, estando em preparação um plano de contenção regional.
O número de pessoas infetadas pelo novo coronavírus, em todo o Mundo, aumentou para 98 mil 123, das quais morreram três 385, segundo um balanço com dados atualizados de sábado.
Depois da China, o país mais afetado pela epidemia, surgem a Coreia do Sul (6.284 casos, incluindo 196 novos, 42 mortes), Itália (3.858 casos, 148 mortes), Irão (3.513 casos, 107 mortes) e França (423 casos, incluindo 46 novos, sete óbitos).
-0- PANA 08março2020