PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
CPJ acusa apoiantes de Gbagbo e de Ouattara de atacar imprensa na Côte d'Ivoire
Nova Iorque, Estados Unidos (PANA) – Os apoiantes do Presidente ivoiriense cessante, Laurent Gbagbo, e do Presidente eleito, Alassane Ouattara, escolheram como alvo os médias rivais partidários e os seus jornalistas na sua luta pelo poder, denunciou o Comité para a Proteção dos Jornalistas (CPJ).
Segunda-feira, Marcel Legré, maquinista na tipografia « La Refondation », a empresa editora do diário pró-Gbagbo « Notre Voie », foi morto por um grupo de pessoas no subúrbio de Koumassi, em Abidjan, a capital económica, segundo jornalistas locais.
As relações entre Marcel Legré e o jornal eram conhecidos no bairro, declarou ao CPJ Guillaume Gbato, jornalista do “Notre Voie”, acrescentando que o bairro de Koumassi é o bastião de numerosos apoiantes de Ouattara.
No mesmo dia, nove diários pró-Ouattara suspenderam as suas publicações por duração indeterminada, invocando « ameaças e perseguições » por parte das forças de segurança e da administração de Gbagbo, segundo informações noticiadas pela imprensa.
A Côte d’Ivoire está mergulhada num impasse político e militar tenso desde a publicação dos resultados contestados da segunda volta das eleições presidenciais de 28 de novembro de 2010 entre Gbagbo e Ouattara.
Ouattara continua refugiado num hotel em Abidjan sob a guarda dos capacetes azuis da Organização das Nações Unidas (ONU) enquanto Presidente eleito e reconhecido pela comunidade internacional.
As tensões étnicas crescentes e os confrontos sangrentos em Abidjan entre as forças leais a Gbagbo e os rebeldes próximos de Ouattara ameaçam fazer eclodir novamente a guerra civil que dividiu em 2002 o país em duas zonas, o norte controlado pelos rebeldes e o sul sob controlo do Governo, segundo a imprensa.
« A situação é cada vez mais perigosa para os médias e os jornalistas na Côte d’Ivoire face às represálias exercidas pelos campos de Gbagbo e de Ouattara », deplorou o coordenador do CPJ para África, Mohamed Keïta.
Sexta-feira, o Conselho Nacional da Imprensa (controlado por Gbagbo), o órgão oficial regulador da imprensa escrita, decidiu suspender o diário « Le Nouveau Réveil » pró-Ouattara, por seis edições a partir da sua edição de 22 de fevereiro, que continha alegações segundo as quais as forças fiéis a Gbagbo utilizaram granadas propulsadas por foguetão contra os apoiantes de Ouattara durante uma manifestação organizada na véspera.
O Conselho considerou que as fotos dos manifestantes mortos divulgadas pelo jornal para ilustrar o artigo eram « horríveis e chocantes » e pretendiam « justificar a violência e a incitação à revolta », segundo o responsável do CPJ.
O editor-chefe do « Le Nouveau Réveil », Denis Kaz Zion, negou estas alegações.
Domingo, homens armados destruíram o edifício que acolhe um transmissor da Radiodifusão da Televisão Ivoiriense (RTI) no bairro de Abobo em Abidjan – um bastião de Ouattara palco de controntos mortais, segundo a imprensa.
Um técnico não identificado faz parte das três vítimas deste ataque, segundo a seção local do CPJ.
A destruição do transmissor pôs fora de antena a RTI durante algumas horas, segundo as mesmas fontes.
O conselho infligiu igualmente multas de um a dois milhões de francos CFA (entre dois e quatro mil e 100 dólares americanos) aos diários pró-Ouattara "Le Patriote", "Nord-Sud" e "Le Jour" por ter divulgado as mesmas fotos.
As empresas editoras "Mayama Editions" e "Production" (editora do "Le Patriote"), "Editions Le Néré" (editora do "Le Jour Plus") e "Nord Sud Comunications" têm 30 dias para pagar as multas.
O CPJ disse estar igualmente preocupado pelo rumo dos jornalistas Aboubacar Sanogo e Yayoro Charles Lopez Kangbé da "TV Notre Patrie" controlada pelos rebeldes que passaram 20 dias nas mãos da Polícia Militar sem acusação e teriam sido objeto de torturas antes de ser julgados.
Eles não foram oficialmente inculpados, mas um magistrado em Abidjan rejeitou quinta-feira o seu pedido de liberdade provisória, ao passo que eles são acusados de ter atentado contra a segurança do Estado, segundo o Comité Ivoiriense para a Proteção e Defesa dos Jornalistas.
-0- PANA PR/VAO/NFB/TBM/SOC/MAR/TON 03março2011
Segunda-feira, Marcel Legré, maquinista na tipografia « La Refondation », a empresa editora do diário pró-Gbagbo « Notre Voie », foi morto por um grupo de pessoas no subúrbio de Koumassi, em Abidjan, a capital económica, segundo jornalistas locais.
As relações entre Marcel Legré e o jornal eram conhecidos no bairro, declarou ao CPJ Guillaume Gbato, jornalista do “Notre Voie”, acrescentando que o bairro de Koumassi é o bastião de numerosos apoiantes de Ouattara.
No mesmo dia, nove diários pró-Ouattara suspenderam as suas publicações por duração indeterminada, invocando « ameaças e perseguições » por parte das forças de segurança e da administração de Gbagbo, segundo informações noticiadas pela imprensa.
A Côte d’Ivoire está mergulhada num impasse político e militar tenso desde a publicação dos resultados contestados da segunda volta das eleições presidenciais de 28 de novembro de 2010 entre Gbagbo e Ouattara.
Ouattara continua refugiado num hotel em Abidjan sob a guarda dos capacetes azuis da Organização das Nações Unidas (ONU) enquanto Presidente eleito e reconhecido pela comunidade internacional.
As tensões étnicas crescentes e os confrontos sangrentos em Abidjan entre as forças leais a Gbagbo e os rebeldes próximos de Ouattara ameaçam fazer eclodir novamente a guerra civil que dividiu em 2002 o país em duas zonas, o norte controlado pelos rebeldes e o sul sob controlo do Governo, segundo a imprensa.
« A situação é cada vez mais perigosa para os médias e os jornalistas na Côte d’Ivoire face às represálias exercidas pelos campos de Gbagbo e de Ouattara », deplorou o coordenador do CPJ para África, Mohamed Keïta.
Sexta-feira, o Conselho Nacional da Imprensa (controlado por Gbagbo), o órgão oficial regulador da imprensa escrita, decidiu suspender o diário « Le Nouveau Réveil » pró-Ouattara, por seis edições a partir da sua edição de 22 de fevereiro, que continha alegações segundo as quais as forças fiéis a Gbagbo utilizaram granadas propulsadas por foguetão contra os apoiantes de Ouattara durante uma manifestação organizada na véspera.
O Conselho considerou que as fotos dos manifestantes mortos divulgadas pelo jornal para ilustrar o artigo eram « horríveis e chocantes » e pretendiam « justificar a violência e a incitação à revolta », segundo o responsável do CPJ.
O editor-chefe do « Le Nouveau Réveil », Denis Kaz Zion, negou estas alegações.
Domingo, homens armados destruíram o edifício que acolhe um transmissor da Radiodifusão da Televisão Ivoiriense (RTI) no bairro de Abobo em Abidjan – um bastião de Ouattara palco de controntos mortais, segundo a imprensa.
Um técnico não identificado faz parte das três vítimas deste ataque, segundo a seção local do CPJ.
A destruição do transmissor pôs fora de antena a RTI durante algumas horas, segundo as mesmas fontes.
O conselho infligiu igualmente multas de um a dois milhões de francos CFA (entre dois e quatro mil e 100 dólares americanos) aos diários pró-Ouattara "Le Patriote", "Nord-Sud" e "Le Jour" por ter divulgado as mesmas fotos.
As empresas editoras "Mayama Editions" e "Production" (editora do "Le Patriote"), "Editions Le Néré" (editora do "Le Jour Plus") e "Nord Sud Comunications" têm 30 dias para pagar as multas.
O CPJ disse estar igualmente preocupado pelo rumo dos jornalistas Aboubacar Sanogo e Yayoro Charles Lopez Kangbé da "TV Notre Patrie" controlada pelos rebeldes que passaram 20 dias nas mãos da Polícia Militar sem acusação e teriam sido objeto de torturas antes de ser julgados.
Eles não foram oficialmente inculpados, mas um magistrado em Abidjan rejeitou quinta-feira o seu pedido de liberdade provisória, ao passo que eles são acusados de ter atentado contra a segurança do Estado, segundo o Comité Ivoiriense para a Proteção e Defesa dos Jornalistas.
-0- PANA PR/VAO/NFB/TBM/SOC/MAR/TON 03março2011