Agência Panafricana de Notícias

CEDEAO toma medidas contra proliferação das armas no espaço

Abuja- Nigéria (PANA) -- A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) instou os seus parceiros da União Europeia (UE) a ajudá-la a limitar o fluxo, na África Ocidental, das armas ligeiras e de pequeno calibre, que contribuiu para mais de uma década de instabilidade na sub-região.
"Estamos convencidos de que os Governos da UE estão igualmente em posição de influenciar o comércio destas armas que não deve depender das forças do mercado, particularmente o comércio clandestino das armas ligeiras e de pequeno calibre", declarou o presidente da Comissão da CEDEAO, James Victor Gheho, ao embaixador da Bélgica na Nigéria, Michel Dewez.
Para regulamentar o fluxo destas armas na sub-região, os chefes de Estado e de Governo dos 15 países membros da CEDEAO assinaram em 2006 um instrumento sub- regional para controlar a sua proliferação nesta zona.
A Convenção da CEDEAO sobre as armas ligeiras e de pequeno calibre, as suas munições e outros materiais conexos substituiu a Moratória sub-regional sobre a exportação, importação e fabrico das armas ligeiras e de pequeno calibre preparada com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
Gheho declarou ao embaixador belga que os países em desenvolvimento e desenvolvidos partilhavam a responsabilidade do controlo destas armas já que elas podiam não ser utilizadas unicamente para os movimentos rebeldes como aconteceu na Libéria e na Serra Leoa mas igualmente tornar-se num instrumento do terrorismo.
Ele evocou igualmente o recente golpe de Estado no Níger e reconheceu que a CEDEAO estava "incomodada" por este incidente que a obrigou a suspender temporariamente os seus esforços de mediação neste país liderados pelo ex- chefe de Estado nigeriano, o general Abdulsalami Abubakar.
Ele indicou que a organização renovou, no entanto, o mandato do general Abubakar "para prosseguir o diálogo com as partes interessadas".
A CEDEAO realiza uma acção em coordenação com a União Africana (UA) a fim de garantir o restabelecimento rápido da democracia no Níger, onde uma Junta Militar derrubou o Presidente Mamadou Tandja, a 19 de Fevereiro último.
"Vamos continuar a pressionar o Governo militar para fixar um prazo para a realização da sua promessa de restabelecer um regime democrático neste país", insistiu o presidente da Comissão da CEDEAO.