PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
CEDEAO receia pela segurança de Blaise Compaoré na Côte d'Ivoire
Abuja, Nigéria (PANA) – A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) disse recear pela segurança do seu facilitador para a crise na Côte d'Ivoire, o Presidente Blaise Compaoré do Burkina Faso, ameaçado por partidários do Presidente cessante ivoiriense, Laurent Gbagbo.
Num comunicado divulgado nesta terça-feira, a Comissão da CEDEAO indica que esta ameaça proferida pelos "Jovens Patriotas" da Côte d'Ivoire impediu Compaoré de se juntar à visita, de 21 a 22 de fevereiro corrente, do Painel de Alto Nível da União Africana (UA) em Abidjan, capital económica ivoriense, para a resolução da crise na Côte d'Ivoire.
Esteve igualmente ausente desta delegação o embaixador James Victor Gbeho, presidente da Comissão da CEDEAO, de acordo com a fonte.
O comunicado explica que esta ameaça foi dada a conhecer ao Painel na noite de domingo último, 20 de fevereiro, numa altura em que este estava em consultas em Nouakchott, na Mauritânia.
"Esta ameaça visa nomeadamente a pessoa do facilitador (Compaoré), na mira dos Jovens Patriotas que começaram a manifestar-se nas ruas. O Painel pensava conseguir persuadir um dos candidatos à controversa segunda volta das eleições presidenciais de 28 de novembro de 2010 a controlar a multidão que decidiu invadir o aeroporto internacional Houphouët Boigny de Abidjan jurando não desistir até que impedisse o facilitador de pôr os seus pés no solo ivoiriense", sublinha o comunicado.
No entanto, a Comissão da CEDEAO declarou-se surpresa que, apesar da ameaça que impediu o facilitador de viajar, o Painel tivesse decidido mesmo deslocar-se a Abidjan "sem a participação dum membro importante, cuja contribuição inestimável para o processo de paz na Côte d'Ivoire merece mais apreciação e respeito".
"Nestas circunstâncias, o presidente da Comissão da CEDEAO, igualmente membro do Painel de Alto Nível, declinou o convite de se juntar à delegação para Abidjan pois a ação da multidão é dirigida contra a CEDEAO", explica a Comissão.
A Comissão da CEDEAO convidou todas as partes ivoirienses a respeitarem a integridade física e moral dos membros do Painel bem como "a vontade do povo ivoiriense manifestada na segunda volta das presidenciais e aprovada pela CEDEAO e pela UA".
"A Comissão deseja advertir todos os que procuram, a todo custo, exacerbar uma situação já precária na Côte d'Ivoire, que os autores de abusos serão individual e coletivamente responsabilizados pelos seus atos no momento oportuno", sublinha o comunicado.
A recusa de Gbagbo de se retirar do poder, apesar da sua derrota face a Alassane Ouattara na segunda volta das presidenciais de 28 de novembro de 2010, mergulhou a Côte d'Ivoire, primeiro produtor mundial de cacau, numa situação de conflito.
O Painel de Alto Nível designado pela UA tem por missão achar uma solução pacífica para esta crise que perdura, mas analistas indicam que esta medida priva a CEDEAO do seu papel largamente reconhecido na resolução deste diferendo.
-0- PANA MON/SEG/FJG/TBM/CJB/DD 22fev2011
Num comunicado divulgado nesta terça-feira, a Comissão da CEDEAO indica que esta ameaça proferida pelos "Jovens Patriotas" da Côte d'Ivoire impediu Compaoré de se juntar à visita, de 21 a 22 de fevereiro corrente, do Painel de Alto Nível da União Africana (UA) em Abidjan, capital económica ivoriense, para a resolução da crise na Côte d'Ivoire.
Esteve igualmente ausente desta delegação o embaixador James Victor Gbeho, presidente da Comissão da CEDEAO, de acordo com a fonte.
O comunicado explica que esta ameaça foi dada a conhecer ao Painel na noite de domingo último, 20 de fevereiro, numa altura em que este estava em consultas em Nouakchott, na Mauritânia.
"Esta ameaça visa nomeadamente a pessoa do facilitador (Compaoré), na mira dos Jovens Patriotas que começaram a manifestar-se nas ruas. O Painel pensava conseguir persuadir um dos candidatos à controversa segunda volta das eleições presidenciais de 28 de novembro de 2010 a controlar a multidão que decidiu invadir o aeroporto internacional Houphouët Boigny de Abidjan jurando não desistir até que impedisse o facilitador de pôr os seus pés no solo ivoiriense", sublinha o comunicado.
No entanto, a Comissão da CEDEAO declarou-se surpresa que, apesar da ameaça que impediu o facilitador de viajar, o Painel tivesse decidido mesmo deslocar-se a Abidjan "sem a participação dum membro importante, cuja contribuição inestimável para o processo de paz na Côte d'Ivoire merece mais apreciação e respeito".
"Nestas circunstâncias, o presidente da Comissão da CEDEAO, igualmente membro do Painel de Alto Nível, declinou o convite de se juntar à delegação para Abidjan pois a ação da multidão é dirigida contra a CEDEAO", explica a Comissão.
A Comissão da CEDEAO convidou todas as partes ivoirienses a respeitarem a integridade física e moral dos membros do Painel bem como "a vontade do povo ivoiriense manifestada na segunda volta das presidenciais e aprovada pela CEDEAO e pela UA".
"A Comissão deseja advertir todos os que procuram, a todo custo, exacerbar uma situação já precária na Côte d'Ivoire, que os autores de abusos serão individual e coletivamente responsabilizados pelos seus atos no momento oportuno", sublinha o comunicado.
A recusa de Gbagbo de se retirar do poder, apesar da sua derrota face a Alassane Ouattara na segunda volta das presidenciais de 28 de novembro de 2010, mergulhou a Côte d'Ivoire, primeiro produtor mundial de cacau, numa situação de conflito.
O Painel de Alto Nível designado pela UA tem por missão achar uma solução pacífica para esta crise que perdura, mas analistas indicam que esta medida priva a CEDEAO do seu papel largamente reconhecido na resolução deste diferendo.
-0- PANA MON/SEG/FJG/TBM/CJB/DD 22fev2011