Agência Panafricana de Notícias

CEDEAO propõe roteiro pós-conflito à Côte d'Ivoire

Lagos, Nigéria (PANA) – A Comissão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) propôs um roteiro para enfrentar os desafios pós-conflito da Côte d'Ivoire, nomeadamente o restabelecimento da paz e segurança , o repatriamento dos refugiados e a instalação das pessoas deslocadas, indica um comunicado oficial da referida instituição transmitido à PANA em Lagos.

Segundo o comunicado, a primeira etapa do roteiro privilegia o restabelecimento da paz e segurança, particularmente ao longo das fronteiras do país com os seus vizinhos, designadamente o Gana, a Guiné Conakry e a Libéria, mas também a questão da proliferação de armas.

Os dois outros elementos desta fase concernem ao controlo das consequências humanitárias da crise pós-eleitoral, tais como o repatriamento dos refugiados e a instalação das pessoas deslocadas internas (IDP) , mas também a promoção da reconciliação nacional.

O Presidente da Comissão, Victor Gbeho, sublinhou que a resolução destas questões contribuirá para a promoção da coesão interna que é base da integração regional procurada pela CEDEAO.

Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), a crise na Côte d'Ivoire desenraizou centenas de milhares de Ivoirienses, muitos dos quais fugiram para os países vizinhos.

O presidente da Comissão, que está à frente duma delegação de alto nível da CEDEAO em missão de avaliação de três dias na Côte d'Ivoire, reafirmou o apoio da organização sub-regional enquanto o país faz face a desafios humanitários e económicos.

« Estamos aqui para celebrar o regresso da paz à Côte d'Ivoire e trocar pontos de vistas sobre as vias e os meios para a tornar permanente », disse o responsável da CEDEAO no início da visita da sua delegação.

No espírito da visão da sub-região para uma comunidade orientada para os povos, o Gbeho disse que a CEDEAO é obrigada a estabelecer uma parceria com a Côte d'Ivoire, a quarta contribuinte da organização, não apenas para responder aos desafios nascidos da crise, mas também para garantir o respeito pela boa governação e a melhoria do bem-estar dos seus cidadãos, sejam quais forem as suas ideologias.

« Estamos aqui para colocar à vossa disposição a nossa experiência e os nossos meios e não para lhes dizer como gerir o seu país nem impor-lhes ideias preconcebidas », disse o responsável durante a cerimónia que precedeu uma reunião da delegação com altos responsáveis do Governo ivoiriense sobre diferentes temáticas.

Antes, o ministro ivoiriense da Integração Africana, Adama Bictogo, indicou que o seu país está confrontado com desafios macroeconómicos resultantes da crise política de dezembro de 2010.

Acrescentou que « a equipa da CEDEAO está aqui para trabalhar connosco com vista a encontrar uma solução para estes desafios ».

O governante ivoiriense felicitou, por outro lado, a organizaão sub-regional pela sua posição de princípio adotada em relação ao desfecho contestado das eleições presidenciais de 28 de novembro de 2010, considerando que isto reforçou a sua credibilidade enquanto organização dedicada à promoção dos princípios democráticos.

No que diz respeito à paz e segurança, ele disse que o seu país vai ocupar-se dos problemas existentes ao longo das suas fronteiras com o Gana, a Guiné Conakry e a Libéria.

Exprimiu a sua confiança na assistência que lhe concederá a mini-cimeira de 10 setembro próximo dos chefes de Estado e Governo da CEDEAO em Abuja, a capital federal da Nigéria.

Bictogo evocou igualmente o papel esperado da CEDEAO para o repatriamento dos refugiados e a reconciliação nacional que deverão ambos contribuir para a promoção da coesão nacional.

Segundo ele, o Governo ivoiriense espera que a organização sub-regional contribua não apenas para a resolução destas questões, mas que o ajude a mobilizar o apoio financeiro internacional a favor dos esforços de reconstrução regional e nacional pós-conflito.

A delegação da CEDEAO encontrou-se também com o ministro ivoiriense da Justiça, Jeannot Ahoussou, e com o secretário de Estado e secretário-geral da Presidência, Amadou Coulibaly.

-0- PANA SEG/NFB/JSG/FK/DD 25agosto2011