Agência Panafricana de Notícias

CEDEAO designa Presidente burkinabe como medianeiro da crise maliana

Lagos, Nigéria (PANA) – A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) nomeou o Presidente burkinabe, Blaise Compaoré, como medianeiro da crise maliana, que culminou no golpe de Estado militar perpetrado na semana passada contra o Governo eleito deste país.

O Presidente Compaoré tem por missão « estabelecer contactos com todas as partes interessadas com vista a envolvê-las num diálogo frutuoso para o restabelecimento da paz no país, tendo em conta todos os esforços envidados nesta direção », declaram os líderes da CEDEAO num comunicado divulgado no termo da sua cimeira extraordinária de um dia realizada terça-feira em Abidjan, na Côte d’Ivoire.

A cimeira reafirmou a sua «firme condenação » das atrocidades perpetradas pelos rebeldes tuaregues, que lançaram uma ofensiva no norte do país em janeiro último e tomaram, desde então, o controlo duma larga parte do território e obrigaram mais de 200 mil pessoas a fugir das suas casas.

"A cimeira condena esta decisão oportunista dos grupos armados de se aproveitar da crise constitucional no Mali para intensificar os seus ataques e controlar uma grande parte do território no norte, e reafirma a determinação da CEDEAO de tomar todas as medidas necessárias para apoiar os esforços destinados a salvaguardar a integridade territorial do Mali", indica o comunicado.

Por outro lado, prossegue, a Autoridade (da CEDEAO) reitera o seu apelo para um cessar-fogo imediato no Mali e insta todos os grupos armados que operam no país a resolver as suas divergências pelo diálogo no quadro da integridade territorial do Mali.

"Se estes grupos armados não se conformarem a estas decisões, a cimeira deverá tomar todas as medidas necessárias para pôr termo à rebelião e garantir a integridade territorial do Mali, incluindo o uso da força », indica a nota transmitida esta quarta-feira à PANA em Lagos.

Os soldados que tomaram o poder no Mali declararam que foram obrigados a fazê-lo pela má gestão da rebelião pelo Governo, e em particular pela falta de armas necessárias para defrontar os rebeldes que estão, por seu turno, bem armados.

-0- PANA SEG/FJG/JSG/FK/IZ 28março2012