PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
CEA ressalta contraste de potencialidades naturais de África
Addis Abeba, Etiópia (PANA) – O secretário executivo da Comissão Económica das Nações Unidas para África (CEA), Carlos Lopes, ressaltou em Addis Abeba o contraste das potencialidades naturais do continente.
O diplomata bissau-guineense, que falava na abertura do oitavo Fórum sobre o Desenvolvimento de África (ADF-VIII), debruçou-se longamente sobre as potencialidades naturais do continente em diversas áreas e sublinhou que estas riquezas "em nada beneficiam ao continente".
«África representa três quartos da oferta mundial de platina e metade da de diamante e de cromo. Ela assegura até um quinto do abastecimento em ouro e urânio, tornando-se ao mesmo tempo cada vez mais num centro de produção petrolífera e de gás com mais de 30a países que passaram a ser produtores destas matérias», disse.
Adiantou que, salvo algumas exceções, África não consome estes recursos minerais nem outros que possui com abundância, nem acrescenta valor significativo a eles.
"Pelo contrário, o continente é exportador líquido destas matérias-primas que alimentam a prosperidade e o desenvolvimento das outras regiões", lamentou.
"África possui 60 porcento das terras cultiváveis baldias do mundo, a maioria das terras podendo alimentar uma população mundial em crescimento rápido", prosseguiu, lamentando o facto de os rendimentos atuais serem baixos e as questões fundiárias serem tratadas num turbilhão da oposição entre necessidades económicas e direitos culturais e históricos.
Falando das florestas, Carlos Lopes sublinhou o facto de África possuir recursos florestais que cobrem mais de 23 porcento da sua superfície e de a bacia do Congo representar a segunda floresta do mundo pela sua superfície e alimentar 60 milhões de pessoas.
« Podemos dizer o mesmo relativamente à pesca e à aquacultura que se forem bem geridas poderão apresentar mais valor do que os outros recursos não renováveis que nos são familiares», afirmou.
Os recursos terrestres são igualmente explorados e 754 transações fundiárias que cobrem mais de 56 milhões de hectares foram concluídas, disse.
Segundo ele, apenas no Burkina Faso a quota do setor mineiro no crescimento das exportações passou de 2 para 41 porcento nos últimos cinco anos.
« Diante destes grandes recursos, temos o direito de nos perguntar porque o nosso continente sofre ainda de transformação económica limitada e de baixo emprego», perguntou-se Carlos Lopes, indicando que a causa não está ligada a um défice de exploração.
Os recursos minerais continuam a atrair investimentos diretos estrangeiros consideráveis e representam a parte mais importante das atividades económicas de quatro de cinco países africanos, sublinhou.
"A constatação que impõe esta situação é que o modelo atual de desenvolvimento fundado nos recursos naturais não funciona de modo a assegurar a equidade e a incentivar o desenvolvimento", concluiu o secretário executivo da CEA.
-0- PANA IT/AAS/SOC/CJB/TON 23out2012
O diplomata bissau-guineense, que falava na abertura do oitavo Fórum sobre o Desenvolvimento de África (ADF-VIII), debruçou-se longamente sobre as potencialidades naturais do continente em diversas áreas e sublinhou que estas riquezas "em nada beneficiam ao continente".
«África representa três quartos da oferta mundial de platina e metade da de diamante e de cromo. Ela assegura até um quinto do abastecimento em ouro e urânio, tornando-se ao mesmo tempo cada vez mais num centro de produção petrolífera e de gás com mais de 30a países que passaram a ser produtores destas matérias», disse.
Adiantou que, salvo algumas exceções, África não consome estes recursos minerais nem outros que possui com abundância, nem acrescenta valor significativo a eles.
"Pelo contrário, o continente é exportador líquido destas matérias-primas que alimentam a prosperidade e o desenvolvimento das outras regiões", lamentou.
"África possui 60 porcento das terras cultiváveis baldias do mundo, a maioria das terras podendo alimentar uma população mundial em crescimento rápido", prosseguiu, lamentando o facto de os rendimentos atuais serem baixos e as questões fundiárias serem tratadas num turbilhão da oposição entre necessidades económicas e direitos culturais e históricos.
Falando das florestas, Carlos Lopes sublinhou o facto de África possuir recursos florestais que cobrem mais de 23 porcento da sua superfície e de a bacia do Congo representar a segunda floresta do mundo pela sua superfície e alimentar 60 milhões de pessoas.
« Podemos dizer o mesmo relativamente à pesca e à aquacultura que se forem bem geridas poderão apresentar mais valor do que os outros recursos não renováveis que nos são familiares», afirmou.
Os recursos terrestres são igualmente explorados e 754 transações fundiárias que cobrem mais de 56 milhões de hectares foram concluídas, disse.
Segundo ele, apenas no Burkina Faso a quota do setor mineiro no crescimento das exportações passou de 2 para 41 porcento nos últimos cinco anos.
« Diante destes grandes recursos, temos o direito de nos perguntar porque o nosso continente sofre ainda de transformação económica limitada e de baixo emprego», perguntou-se Carlos Lopes, indicando que a causa não está ligada a um défice de exploração.
Os recursos minerais continuam a atrair investimentos diretos estrangeiros consideráveis e representam a parte mais importante das atividades económicas de quatro de cinco países africanos, sublinhou.
"A constatação que impõe esta situação é que o modelo atual de desenvolvimento fundado nos recursos naturais não funciona de modo a assegurar a equidade e a incentivar o desenvolvimento", concluiu o secretário executivo da CEA.
-0- PANA IT/AAS/SOC/CJB/TON 23out2012