CAF encerra maior estádio de futebol em Angola
Luanda, Angola (PANA) – A Confederação Africana de Futebol (CAF) ordenou o encerramento do Estádio 11 de Novembro, em Luanda, a maior infraestrutura desportiva de Angola, devido à sua degradação por falta de manutenção.
Segundo a agência angolana de notícias (ANGOP), o Estádio inaugurado, em dezembro de 2009, para albergar o Campeonato Africano das Nações (CAN) de 2010, está encerrado desde sábado, 13, para obras.
O último jogo realizado no recinto com a autorização da CAF foi entre as seleções de futebol de Angola e do Egito, a 12 de novembro deste ano, para a quinta jornada do Grupo F de qualificação ao Mundial de 2022, no Qatar.
Antes dessa partida, que terminou empatada por 2-2, a CAF tinha orientado o cancelamento dos jogos do campeonato nacional (Girabola), após a partida de 27 de outubro, entre o Petro de Luanda e o GD da Lunda-Sul para a quarta jornada.
A infraestrutura deverá reabrir depois da conclusão das obras e do cumprimento das orientações do órgão reitor do futebol continental.
Trata-se do terceiro estádio encerrado, no país, até agora, por decisão da CAF, depois dos da Tundavala, na província da Huíla (sul), e de Ombaka, em Benguela (centro-litoral), pelas mesmas razões.
Durante o CAN’2010, os três imponentes espaços multiuso chegaram a ser “cartão de visita até para a comunidade internacional”, lembra a mesma fonte.
Mas a CAF considera-os hoje inaptos para a prática do futebol, devido a uma "degradação progressiva por falta de manutenção", tarefa inicialmente a cargo da empresa chinesa Shanghai Urban Construction Group Corporation (SUCGC).
O 11 de Novembro, um estádio multiuso com capacidade para cerca de 50 mil espetadores, é o mais afetado com fissuras nos pilares de sustentação e outras situações a nível das bancadas, dos elevadores, dos balneários, dos placards eletrónicos e da relva.
O seu nome homenageia a data da Independência nacional, em 1975, e a sua construção durou 18 meses e custou 227 milhões de dólares americanos.
Outra falha identificada na obra é a colocação de uma pista que não serve o atletismo, pois, a sua qualidade é considerada “tão duvidosa” que nunca albergou uma única prova, pelo risco de provocar lesões aos utentes.
Nos outros dois estádios, também com os mesmos problemas estruturais, este elemento fundamental para a prática e desenvolvimento da modalidade nunca foi colocado, apesar de fazer parte do plano inicial.
O Estádio Nacional da Tundavala, com capacidade para 20 a 25 mil espetadores, custou 69 milhões de dólares americanos, numa obra realizada em nove meses e inaugurada, também em 2009.
Desde então, já foi obrigado a fechar as portas por três vezes, para a recuperação da relva e outras reparações, sendo que o seu último interregno demorou seis anos (2015-2021).
O Estádio herdou o nome de um dos maiores destinos turísticos da província, a sétima Maravilha da Fenda da Tundavala, após um concurso público para atribuição de uma designação em que concorreram 112 propostas.
Poe seu turno, o Estádio Nacional de Ombaka já foi alvo de obras de requalificação, mas carece de melhorias nas estruturas metálicas do primeiro e segundo piso, para além da recuperação da área de imprensa e da rede elétrica, entre outros trabalhos.
Orçado em 100 milhões de dólares americanos, o Ombaka, também inaugurado em 2009, pode acolher até 35 mil espetadores.
-0- PANA IZ 15nov2021