Agência Panafricana de Notícias

Burundi prorroga prazo de candidaturas para legislativas

Bujumbura- Burundi (PANA) -- O prazo de entrega das candidaturas para as eleições legislativas de 23 de Julho próximo, no Burundi, foi prorrogado por alguns dias, anunciou terça-feira a Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI).
A data limite vai assim passar de 23 para 27 de Junho de 2010 para permitir aos candidatos atrasados de algumas formações políticas reunir os devidos processos administrativos, explicou o presidente da CENI, Pierre Claver Ndayicariye.
A medida visou também responder às preocupações de alguns parceiros que acompanham o processo eleitoral do Burundi, segundo a mesma fonte.
O prolongamento abrange igualmente o depósito na CENI das insígnias dos partidos políticos e candidatos independentes que desejam participar nas próximas legislativas, enquanto a data de entrega das candidaturas e insígnias para as senatoriais de 28 de Julho de 2010 se manteve inalterada.
Nesta maratona eleitoral que vai abranger pelo menos cinco escrutínios até Setembro próximo, a CENI não está na sua primeira alteração do calendário inicial.
As municipais estavam inicialmente previstas para 21 de Maio passado, antes de serem adiadas para 48 horas depois, oficialmente para permitir a todos os cidadãos em idade de votar obeterem os seus cartões de eleitor.
Mesmo assim, o escrutínio acabou por não ter lugar na nova data depois de um adiamento suplementar de 24 horas decretado pelo chefe de Estado burundês, oficialmente para não perturbar as festividades pentecostais num país onde predomina a religião católica.
Atualmente, pairam incertezas sobre o resto dos escrutínios depois da decisão da oposição de não participar nas presidenciais de 28 de Junho próximo para protestar contra "fraudes maciças" que teriam manchado as municipais.
A mesma oposição não manifesta nenhum sinal de participação nas legislativas e exige ainda a anulação das municipais bem como a desqualificação da CENI para recomeçar o processo.
Desde então, o clima de insegurança no país passou a deteriorar-se, sobretudo após a abertura da campanha para as presidenciais nas quais só paraticipará o chefe de Estado cessante, Pierre Nkurunziza.
Pelo menos cerca de 40 granadas explodiram no país, alguns dias depois do início da tensa campanha eleitoral, fazendo dezenas de feridos.