Burundi assinala 28º aniversário do assassinato de primeiro Presidente eleito
Bujumbura, Burundi (PANA) - O Burundi assinalou esta quinta-feira o 28º aniversário do assassinato do seu primeiro Presidente democraticamente eleito, Melchior Ndadaye, ocorrido numa tentativa de golpe de Estado militar seguida de uma guerra civil com um balanço de pelo menos 300 mil vítimas e mais de um milhão de exilados, segundo dados das Nações Unidas.
Uma semana antes deste aniversário do desaparecimento do "Herói da Democracia", o Burundi marcou o 59º aniversário do assassinato do Herói da Independência Nacional, príncipe Louis Rwagasore.
Estes crimes estatais abriram caminho à instabilidade sociopolítica, alimentada por guerras civis cíclicas.
O herói da democracia nascente queria que “em toda a extensão do Burundi, nas colinas, nas comunas, nas escolas e nos quartéis, não haja mais sangue derramado por causa dos confrontos étnicos”, recordam os seus discursos.
A noite de 20 a 21 de outubro de 1993 foi fatídica para o primeiro estadista, da etnia maioritária hutu.
Soldados da minoria étnica tutsi realizaram uma caça ao homem no topo do Estado, matando mais de uma dezena de companheiros próximos do falecido Presidente hutu.
A vacataura do poder, na época encarnado pela Frente pela Democracia no Burundi (FRODEBU), era assim preenchido, a 05 de fevereiro de 1994, com a eleição de Cyprien Ntaryamira, em sessão extraordinária da Assembleia Nacional.
Por sua vez, o novo Presidente acabou por morrer num ataque ao avião do seu homólogo rwandês, Juvénal Habyarimana, a 06 de abril de 1994, quando sobrevoava Kigali, a capital rwandesa.
Sylvestre Ntibantunganya foi então empossado como Presidente interino, a 30 de setembro de 1994, antes do seu poder ser reduzido, menos de dois anos depois, por um golpe militar do major Pierre Buyoya, ex-Presidente do Burundi.
Este último morreu mais tarde no exílio, no Mali, escapando assim a uma sentença de prisão perpétua pelo seu papel no assassinato do seu antecessor, Melchior Ndadaye.
Desde 2005, o Burundi é dirigido pela antiga rebelião principal do Conselho Nacional para a Defesa da Democracia / Forças para a Defesa da Democracia (CNDD-FDD).
O país esteve perto de uma outra guerra civil depois das polémicas e violentas eleições de 2015.
-0- PANA FB/JSG/MAR/IZ 21out2021