PANAPRESS
Agência Panafricana de Notícias
Burkina Faso tolera venda de jornal francês Charlie Hebdo em seu território
Ouagadougou, Burkina Faso (PANA) - O primeiro número pós-atentado do jornal satírico francês Charlie Hebdo, cuja equipa editorial foi dizimada por um ataque terrorista no início de janeiro corrente, não foi proibido oficialmente no Burkina Faso, embora o mesmo não tenha sido favoravelmente acolhido em muitos países africanos.
No Burkina Faso, o jornal não foi proibido oficialmente, mas opiniões divergem sobre o trabalho do semanário francês cujo último número apresenta, na sua primeira página, uma caricatura do profeta Maomé chorando.
O Presidente burkinabe da transição, Michel Kafando, que condenou o atentado contra Charlie Hebdo, não proibe a venda do jornal neste país laico de 17 milhões de habitantes, maioritariamente muçulmanos.
"Estou a favor da liberdade de imprensa, mas detesto atos blasfematórios", reagiu no anonimato sexta-feira um alto quadro do Ministério burkinabe da Comunicação Social.
Este antigo jornalista frisou que, "mesmo se o país não proibiu oficialmente a venda do jornal, é preciso reconhecermos que a liberdade tem igualmente limites a não ultrapassar".
"Apoio a sátira, mas não se deve brincar com assuntos tão sensíveis como a religião", considerou.
A Associação dos Jornalistas do Burkina Faso (AJB) considerou, numa declaração, que este ataque não podia justificar-se de maneira alguma.
"Seja como for, antes mesmo do ataque (de Charlie Hebdo), as suas edições eram raras no país. Só são disponíveis em alguns quiosques", explicou Ives Kabore, estudante e leitor do jornal.
"Vivemos juntos no Burkina Faso em perfeita harmonia.Muçulmanos, cristãos e animistas não estamos neste debate", acrescentou.
Se alguns cidadãos são "reservados", outros, pelo contrário, aprovam a linha editorial de Charlie Hebdo.
É o caso de Céline Soulama, encontrada na Universidade de Ouagadougou, e que disse estar a da favor da liberdade de expressão e de imprensa.
"Respeito o seu trabalho. E a justiça deve ser feita para as vítimas do ataque contra Charlie Hebdo", acrescentou.
-0- PANA NDT/JSG/MAR/DD 16jan2015
No Burkina Faso, o jornal não foi proibido oficialmente, mas opiniões divergem sobre o trabalho do semanário francês cujo último número apresenta, na sua primeira página, uma caricatura do profeta Maomé chorando.
O Presidente burkinabe da transição, Michel Kafando, que condenou o atentado contra Charlie Hebdo, não proibe a venda do jornal neste país laico de 17 milhões de habitantes, maioritariamente muçulmanos.
"Estou a favor da liberdade de imprensa, mas detesto atos blasfematórios", reagiu no anonimato sexta-feira um alto quadro do Ministério burkinabe da Comunicação Social.
Este antigo jornalista frisou que, "mesmo se o país não proibiu oficialmente a venda do jornal, é preciso reconhecermos que a liberdade tem igualmente limites a não ultrapassar".
"Apoio a sátira, mas não se deve brincar com assuntos tão sensíveis como a religião", considerou.
A Associação dos Jornalistas do Burkina Faso (AJB) considerou, numa declaração, que este ataque não podia justificar-se de maneira alguma.
"Seja como for, antes mesmo do ataque (de Charlie Hebdo), as suas edições eram raras no país. Só são disponíveis em alguns quiosques", explicou Ives Kabore, estudante e leitor do jornal.
"Vivemos juntos no Burkina Faso em perfeita harmonia.Muçulmanos, cristãos e animistas não estamos neste debate", acrescentou.
Se alguns cidadãos são "reservados", outros, pelo contrário, aprovam a linha editorial de Charlie Hebdo.
É o caso de Céline Soulama, encontrada na Universidade de Ouagadougou, e que disse estar a da favor da liberdade de expressão e de imprensa.
"Respeito o seu trabalho. E a justiça deve ser feita para as vítimas do ataque contra Charlie Hebdo", acrescentou.
-0- PANA NDT/JSG/MAR/DD 16jan2015